Maria José Cotrim / Imagens Marco Aurélio Jacob 

O paciente Edinésio Filho de Oliveira espera há mais de três anos por uma cirurgia no fêmur. Ele contou seu caso á Gazeta do Cerrado e desabafou: “me sinto humilhado”, frisou. Ele não pode trabalhar em razão da espera da cirurgia.

“Eu preciso de uma cirurgia desde de 2015… uma cirurgia eletiva do fêmur que há muito tempo que eu venho esperando. Estou na fila e nada de cirurgia. Eu tive ultimamente internado lá no HGP 42 dias e por final eles resolveram me mandar para casa dizendo que não tinha material para poder fazer minha cirurgia e então eu tô aqui em casa aguardando a cirurgia sem expectativa nenhuma de quando eu vou ser operado e cada dia que passa eu vejo a minha a minha possibilidade de fazer a cirurgia não sair porque cada vez que eu vou lá no HGP eles me dizem uma coisa”, disse. Mesmo diante da limitação física ele conta que já foi várias vezes no HGP ver qual a previsão.

“Já perdi as contas…fui lá no mínimo umas 10 ou 15 vezes. Toda semana eu vou lá e eles falam que está em licitação a compra da minha prótese… que está em fase final e tal. Desde janeiro está em licitação e a compra não sai”, contou.

Após os 42 dias no HGP ele afirmou que a direção do Hospital se comprometeu a dar um retorno e mandar a cirurgia. A Gazeta do Cerrado apurou que a diária de enfermaria custa em média (por baixo) R$ 200,00, o que somaria um total de R$ 8.400,00 quase metade do custo da cirurgia se fosse realizada na rede particular que ficaria em torno de 20 mil reais.

“Eles me deram alta em outubro do ano passado dizendo que fariam a compra e que entrariam em contato comigo e até hoje não saiu . O Leonardo que é o responsável pela compra das próteses toda vez vem com a mesma conversa”, relatou.

Ele diz ter contato com várias outras pessoas na mesma situação esperando a cirurgia. Diante da demora ele acionou a Defensoria Pública para tentar na justiça o direito á realização da cirurgia. ” Foi a única alternativa que eu encontrei, levei toda documentação e estou aguardando”, frisou.

Edinésio falou do sentimento de estar sem trabalhar e sem nenhuma previsão de fazer o procedimento.

“Sinto-me totalmente humilhado, essa é a palavra correta… sem poder fazer nada porque eu preciso trabalhar. já vai para quatro anos ou mais sem poder trabalhar e  sou incapaz de fazer muitas coisas. Então eu fico muito agoniado, traz muita revolta porque eu já deveria estar na ativa, trabalhando há muitos anos.”, disse.

Ele se mantém atualmente com benefício do INSS.

Sesau responde

Procurada por nossa equipe sobre o caso, a Secretaria Estadual de saúde não deu previsão nenhuma nem data para realização da cirurgia do paciente em questão. Eles chegaram a dizer que Edinésio ingressou em 05/03/2016 no Sistema de Regulação, para a realização de uma cirurgia no quadril no entanto ele apresenta documento que desde 2015 entrou com o pedido.

Veja íntegra da nota da secretaria sobre o fato:

A Secretaria de Estado da Saúde (Ses-TO) informa que não vem medindo esforços para fornecer uma saúde mais humana e digna a todos os tocantinenses. Ressalta que o paciente em questão ingressou em 05/03/2016 no Sistema de Regulação, para a realização de uma cirurgia no quadril.

A secretaria está tomando as medidas necessárias para realização de cirurgias eletivas em todas as especialidades e logo realizará um mutirão para sanar as lista de espera na ortopedia.

Confira abaixo documentos apresentados por ele sobre os pedidos de cirurgia:

Outro parecer médico:

Mais um do mesmo ano: