Muitos alunos da Universidade Federal do Tocantins (UFT) do campus de Palmas deram de cara com as portas da biblioteca da instituição fechada nesta sexta-feira, 10, devido à paralisação nacional dos servidores e técnicos administrativos da instituição. De acordo com as informações do site oficial da Federação de Sindicato de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA), várias instituições públicas de ensino superior em todo país estão em estado de greve deflagrado no Dia Nacional de Lutas dos Servidores Públicos Federais (10 de novembro).
A categoria reivindica negociação salarial, nenhum direito a menos e a revogação do Plano de Demissão Voluntária (PDV). A luta é contra o aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14%, a demissão por avaliação negativa que visa o fim da estabilidade (PLS 116/17) e em resistência à aprovação da Reforma da Previdência. A suspensão do corte de orçamento e investimentos que consequentemente desmontam as instituições de ensino superior públicas e ameaçam a prestação de serviços à população, também motivam a greve.
A equipe da Gazeta do Cerrado entrou em contato com o representante do Sindicato dos Técnico-administrativos da UFT (Sintad-TO), Josafá Maciel, para saber mais detalhes sobre a paralisação.
“Nós fizemos uma Assembleia no dia 6, e definimos realizar a paralisação nacional contra as medidas do governo federal no Dia Nacional de Lutas dos Servidores Públicos Federais. Lutamos mais especificamente contra a Medida Provisória 805 que aumenta a contribuição previdenciária dos servidores federais de 11 para 14%, suspende os acordos de pagamentos de várias categorias anteriormente negociados de 2018/19 para 2019/20, suspende progressões de vários colegas com prazos de progressões vencidas”.
O representante do Sintad alegou que a paralisação também é uma forma de protestar contra o congelamento dos investimentos na educação pública no país. “Essa paralisação serve também para alertar sobre os efeitos da lei que congelou os gastos públicos com educação em 20 anos porque já estamos sentindo esses efeitos uma vez que os investimentos na universidade já foram menores que nos anos anteriores”. Dentre os efeitos negativos que contribuem para a precarização do sistema público de ensino o sindicalista apontou a redução de servidores terceirizados como guardas, serviço de limpeza e apoio de secretaria. Josafá afirmou que alertou a diretoria da UFT do campus de Palmas, e concluiu dizendo que o sindicato irá realizar outros atos de protesto durante o mês de novembro. “Nós estamos em estado de greve e nesse mês de novembro vamos realizar vários atos de resistência. Hora com paralisações, hora pressionando os deputados. Vamos pressionar para que eles não aprovem as medidas provisórias”.
De acordo com as informações do representante do Sintad, a greve não teve adesão de 100% dos servidores nesse primeiro momento, mas houve um percentual de cerca de 70%. Josafá garantiu que os serviços essenciais serão mantidos e na segunda-feira, 13 os servidores devem retornar ao trabalho apesar do estado de greve decretado.
O site da FASUBRA divulgou uma lista com uma prévia das instituições públicas de ensino que aderiram a paralisação. Confira aqui.
Texto: Nielcem Fernandes
Edição: Brener Nunes