O ex-governador e fundador de Palmas, Siqueira Campos, por meio de carta aberta nesta segunda-feira, 29, negou qualquer possibilidade de aliança com o governador Marcelo Miranda (MDB) e que sua pré e possível candidatura ao Senado depende da vontade de Deus e do povo. “Sou velho, mas não velhaco”, afirma o ex-governador.
Confira a íntegra da carta:
Carta aos homens e mulheres tocantinenses:
O nosso Estado, o Tocantins que juntos criamos e amamos, precisa de um Projeto e não de jogo de palavras ou frases de efeito.
A minha luta pelo Tocantins sempre foi e será incansável. O povo não se cansa em ver alguém que trabalha de verdade, que sonhou e realizou, juntando as mãos e as ideias e colocando projetos em prática, buscando tornar a vida do nosso povo melhor. Aí está a diferença entre estar velho e ser velhaco, em ter uma oportunidade, diferente de ser um oportunista. A minha pré e possível candidatura ao Senado depende de Deus e da vontade do povo, dos meus companheiros e de quem sempre acreditou em mim, somente. A democracia exige de todos nós, no mínimo o respeito. Por isso eu respeito aqueles que aprenderam a conviver com as diferenças e divergências. Eu só não convivo com quem se conforma em ver o Tocantins entristecido, sem projeto, e com seu povo sofrido.
Melhoramos todos os índices de desenvolvimento nesses 30 anos (IDH, Ideb, saneamento básico, água tratada, escolaridade da população, luz no campo, rodovias, casas populares, escolas, projetos sociais). Mas isso não foi feito com outro instrumento que não o trabalho, a determinação, que não acabaram em mim. Por isso, entendo que as pessoas não se cansaram e não se cansarão em me ver lutando por aquilo que acredito. Não será a esperteza de ninguém que vai tirar de mim, em primeiro lugar, o respeito à Deus, ao povo e à democracia. Respeito as diversas opções e as múltiplas ideias, mas aí está a diferença entre ser velho e ser velhaco. Isso é uma coisa para quem sabe usar as redes sociais entendendo que não se propaguem ataques pessoais, a honra e a biografia que cada um construiu. Os cabelos brancos, as rugas, as marcas do tempo que trago no rosto, tudo isso não me permitem cair na guerra das palavras, no truque das postagens. Sou velho, sim eu sou, porque Deus permitiu. Mas continuo o Siqueira que alguns chamam de aroeira, continuo o Siqueira que alguns chamam de duro, continuo o Siqueira que não se cansa de trabalhar pelo Tocantins. E continuarei assim. E para os que pensam diferente, o meu respeito. E para os que me atacam covardemente, o meu silêncio, o meu desprezo.
Seguindo em frente, a minha existência no Tocantins vai transpor a minha vida. O meu nome continuará ainda que eu morra. Porque se algo fiz em minha vida, foi dedicar-me ao Tocantins de corpo e alma, de forma direta, franca, honesta, olhando para os olhos de minha gente, sem jamais perder o brilho nos olhos, sem jamais deixar de sonhar, mas com os meus pés plantados no chão e com meus braços e mãos sempre trabalhando, seja em projetos, obras e realizações, que fizeram desse Estado ser o que ele é. Talvez por isso alguém queira governá-lo. Não sou candidato a Governador. E diria aos que pretendem: Apresentem suas ideias, apresentem seus projetos, e não se preocupem tanto com o meu nome. Pois certamente, o povo está cansado de gente esperta, que tem a oportunidade, mas não resolve os problemas. A solução tem que ser verdadeira, e não em palavras nas redes sociais e nem em alianças inimagináveis, ou impossíveis. Não é esse o meu papel para com o Tocantins.
O povo sabe e me conhece, o Tocantins inteiro me conhece. E repito. Sou velho, mas não sou velhaco.
José Wilson Siqueira Campos
Ex-governador do Tocantins