Brener Nunes – Gazeta do Cerrado

Cerca de 50 refugiados venezuelanos adotaram por enquanto Palmas como novo lar. Eles deixaram seu país há cerca de dois anos e tentam se fixar no Brasil. Ja passaram por Maranhão, Pará e Amazonas. O grupo busca trabalho, moradia, e educação para as crianças.

O procurador do Ministério Público Federal, Álvaro Manzano, explica que, no momento, a situação legal deles no Brasil são de refugiados. “Isso lhes garante direito de permanecer no país e trabalhar”, afirmou à Gazeta na manhã desta segunda-feira, 25.

Manzano ainda destacou que todas as esferas, estadual ou municipal, podem envidar esforços lara melhor acolhê-los. “Cada um em sua esfera de atribuições”, argumentou.

Quem puder doar comida ou agasalho aos refugiados, Álvaro diz que o ideal é procurar a Secretaria de Desenvolvimento Social de Palmas.

Muitas pessoas preferem doar diretamente aos venezuelanos, que por enquanto, estavam se abrigando na rodoviária da Capital.

Choque cultural

Áudios com graves acusações contra os refugiados circulam nos grupos de WhatsApp. Nas gravações, pessoas afirmam que os venezuelanos jogam comida fora e gastam dinheiro com besteiras.

O antropólogo do Ministério Público Federal, Márcio Santos, explica que, o teor como as pessoas colocam as questões, por mais que elas sejam bem intencionadas, permite uma interpretação que poderia levar a uma exacerbação de um sentimento contrário a essa população acolhida na Capital.” No que a gente interpreta como “malandragem” é fruto de um choque cultural porque é uma população estrangeira e indígena, que vinha de uma situação de opressão, carência lá no seu país de origem, que viviam de pesca. E por isso, boa para te deles não tem qualificação para o trabalho da nossa sociedade e acabou encontrando esse ato de pedir dinheiro no semáforos como maneira de obter renda”

Márcio afirma que esta cultura deve ser trabalhada com o tempo. “Sabemos que desse jeito não é o melhor, mas não vai ser da noite para o dia que isso vai mudar, é um trabalho que temos que construir com eles durante o tempo em que estiverem aqui no Tocantins. Temos que ver com eles outras alternativas de renda, artesanato, por exemplo, ou até a pesca e cultivo”, destacou o antropólogo.

A Defensoria Pública da União instaurou um processo coletivo para atuar na causa. Um dos primeiros casos está sendo verificar se todos já têm documentos de imigração