Uma aplicação web que foi desenvolvida pela Polícia Científica do Tocantins, em parceria com equipe de tecnologia da Secretaria da Segurança Pública do Tocantins, entrou em operação nesta segunda-feira, 9. A ferramenta tecnológica Idforense é inédita no Tocantins, irá inserir dados antropológicos e forenses colhidos por peritos durante as análises cadavéricas de pessoas não identificadas; e, com as informações, serão gerados marcadores característicos para cada indivíduo, o que facilitará a resposta durante a busca de desaparecidos por familiares.
Com o software, será possível restringir o universo de suposições, direcionando as investigações de pessoas desaparecidas versus cadáveres não identificados no Instituto Médico Legal (IML). Segundo a superintendente da Polícia Científica, Dunya Wieczorek Spricigo, a aplicação web vai dar agilidade nas identificações de cadáveres e ao mesmo tempo possibilitar a busca por pessoas desaparecidas. “Os dados de pessoas desaparecidas serão confrontados com exames realizados em cadáveres não identificados pelos peritos do IML. Esse procedimento, que era feito de forma manual, agora está sendo realizado de maneira totalmente informatizada”, explica.
O primeiro cadáver identificado, após iniciar a busca no programa Idforense, foi o de Wisledy Rodrigues da Silva, de 32 anos, que se encontrava desaparecido desde o dia 25 de maio deste ano. Com o programa, foi verificado que um desaparecido possuía as mesmas características biotipológicas de um cadáver examinado (sexo, idade, ancestralidade e estatura), além de marcas e sinais particulares como tatuagens.
Após essa informação, a equipe do Núcleo Especializado em Antropologia Forense e Odontologia Legal, responsável pela operacionalidade do programa, procurou a suposta família para obtenção de prontuários odontológicos da vítima. Segundo a família, a vítima foi atendida no Centro de Especialidades Odontológicas de Palmas (CEO) para tratamento. Com esses prontuários, os peritos odontolegistas realizaram o exame comparativo, entre as informações contidas na ficha de atendimento clínico com o exame realizado do cadáver.
Para facilitar esse procedimento, o diretor do IML, Luciano Fleury, explica que são importantes a atualização e o preenchimento completo do prontuário de saúde do paciente. “Os profissionais de Saúde precisam nos auxiliar nesse processo, mantendo completo o prontuário do paciente nos consultórios, já que muitas vezes a análise antropológica e da arcada dentária é o único material passível de análise imediata e os registros contribuem para a rápida solução do caso”, explica.
Idforense
Segundo a idealizadora e coordenadora do projeto, perita oficial odontolegista, Georgiana Ferreira Ramos, há dois anos essa aplicação web Idforense está em desenvolvimento para atendimento das demandas do Núcleo Especializado em Antropologia Forense e Odontologia Legal do IML (TO). “O software irá facilitar a identificação de pessoas desaparecidas, as quais familiares buscam constantemente informações, e também será muito útil nas investigações sobre os cadáveres não identificados e desaparecidos”, destaca.
De acordo com o analista de sistemas da Secretaria Segurança Pública, Paulo de Souza Lima, responsável pela criação do Idforense, o software banco de dados escolhido foi o MySQL por ser um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD). Este banco de dados é conhecido por sua facilidade de uso e também por sua capacidade de rodar em vários sistemas operacionais. “A nossa pretensão foi criar algo simples, de fácil utilização e que pudesse dar respostas rápidas aos familiares de pessoas”, afirma.