Um dos eventos astronômicos com grande poder, propício para canalizar energias é o solstício de inverno (Sabbat de Yule). Celebrado há seculos nas religiões celtas, com tradições em todos o mundo,  o acontecimento astronômico abre o inverno e se dá quando o Sol fica posicionado em seu auge, trazendo maior iluminação em um dos hemisférios. As celebrações acontecem nos dias 20 e 21 de junho (Sul) e 20 e 21 de dezembro (Norte).

Essas celebrações acontecem desde os povos pagãos da Europa e representa a capacidade de mudança, assim como ocorre na natureza. Conforme explica a taróloga Priscila Ferraz, o inverno tem o simbolismo de ser recluso, introspectivo e isso reflete nos seres humanos e também na natureza.

“Quando a gente fala sobre o inverno ser um momento de recolhimento, é porque é momento a gente se recolher mais, da gente olhar pra dentro de si, a gente buscar o autoconhecimento, a gente buscar mais discernimento interior”.

Ferraz conta que o evento é o dia mais curto e a noite mais longa do ano. “Esta é a celebração que vem nos mostrar que, não importa o quão frio seja o inverno e o quão escura seja a noite, o calor e a luz sempre renascerão. Yule é o renascimento”, diz.

Se o objetivo for trazer essas energias, Ferraz conta que não precisa de nada espalhafatoso. Para canalizar e aproveitar o acontecimento, tirar o dia para fazer uma reflexão, buscar práticas de autoconhecimento e meditação já é o suficiente. “Você acredita na sua força de passar por invernos? Quantos invernos você já passou? É um momento mais reflexivo, mas ao mesmo tempo é um momento de a gente buscar também esperança de um futuro melhor”.

Celebre em casa

Em religiões como bruxaria e xamanismo, Ferraz explica que montar um altar nas cores tradicionais do evento: o verde (da árvore), vermelho dos frutos que temos esperança de colher e aquecem nosso coração), branco (da neve) e dourado (da luz da esperança), é uma das opções.

“Pode-se fazer um banho mágico com alguma erva. Como estamos falando sobre o espírito de inverno, pode ser uma erva mais introspectiva, como um sândalo, como queimar o incenso de cedro também. Não há uma obrigação do que você deve fazer pra celebrar um sabá”, explica.

Como Yule significa esperança, Ferraz conta que também é possível fazer rituais simples, como potinhos da esperança. “Você coloca no potinho tudo o que quer realizar até a primavera, fecha e na abertura da primavera, você tira os papéis e vê as coisas que realizou e o que ainda quer realizar”.

Assim como o Natal, Ano Novo, Páscoa, há quem faça jantares especiais para a chegada do solstício, mas não é algo tão comum e obrigatório, como explica a taróloga. “Você pode fazer um jantarzinho especial, suas orações, mas as celebrações da natureza podem ser apenas comemoradas”, diz. O importante é não se esquecer do simbolismo da data. “Você pode trazer essas energias, lembrar que, assim como a natureza, você é cíclico, então, você vai passar por mudanças. Isso é o simbolismo de um sabá”.

 

Fonte: IG