De Mateiros – Maju Cotrim
Não tem melhor jeito de você entender o pioneirismo de quem desbravou o Jalapão se não for através da história de quem viu tudo acontecer. E são muitos os pioneiros que ralaram e driblaram os desafios para isso. A Gazeta conversou com vários deles. Um em especial chama atenção pelo seu sorriso largo em plenos 60 anos.
Ele recebe os turistas nos seu atrativo todo empolgado e orgulhoso do que construiu com sua família. Sr Lino, como gosta de ser chamado, e figura conhecida no Jalapão porque tem um dos principais fervedouros, o Buritis que é em formato de coração. O atrativo foi aberto há 9 anos após muita lida na roca.
Ele contou sua historia a Gazeta neste sábado, 28. Encostado na rede e vendo as filhas e netos passarem ele passou quase meia hora contando que entende realmente de Jalapão. “Sou desbravador deste lugar, comendo poeira desde o inicio”, conta.
Ele tem Quatro filhos, todos criados da lavoura pesada da roça . O fervedouro no inicio era apenas para usufruto da família e com o tempo ele foi convencido a abrir para o turismo. O local hoje e todo sinalizado, tem acesso e estrutura de banheiros e ate bar.
Há 14 anos antes de abrir o fervedouro ele passou por uma verdadeira prova de vida. “Eu estava trabalhando e uma Jararaca conhecida como “Maia quatro ventos” me pegou”, contou.
Ela Tinha mais de um metro e a luta dele foi para conseguir viver isolado, sem estradas e medico em Mateiros. “minha salvaguarda foi Deus, nem remédio tinha nos hospitais, minha salvação foi Deus e o óleo de buriti”, conta.
Ele foi de Uno para Ponte alta. “A carne apodreceu, fiz cirurgia e fiquei sem andar três meses depois. Se fosse hoje eu teria soro e hospital mas antes era difícil demais, no começo ou trabalhava de roça ou Morria de fome”, conta.
“A gente levava arroz e mandioca daqui pra Dianópolis, pegava 12 jumentos, aqui a gente nem conhecia transporte, cinco dias de viagem”, disse.
Sobre os rumores e tantas informações desencontradas sobre a concessão ele afirmou a Gazeta: “Todo mundo aqui é sofrido, não podemos entrar de mão beijada”
“Precisamos é de estrada, nunca deram atenção para o Jalapão”, reclamou.
Veja o vídeo:
O Especial de matérias tem cunho totalmente jornalístico e foi feito 100% de forma independente pela equipe Gazeta mesmo diante de todas as dificuldades e falta de apoio institucional ao nosso jornalismo
Agradecemos o apoio dos empreendedores do Jalapão que contribuíram com nosso trabalho!