O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse, por 180 dias, 6 meses. A decisão é do ministro Mauro Luiz Campbell e veio à tona na manhã desta quarta-feira, 20, mesmo dia em que Polícia Federal (PF) esta em nova operação nas ruas da Capital. A investigação aponta sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações.
A decisão será submetida ao pleno da Corte do STJ, que pode mantê-la ou revogá-la, ainda hoje.
Cerca de 250 agentes cumprem duas operações para cumprir mandatos de busca e apreensão contra Mauro Carlesse, e secretários de Estado, dentre eles, o da Segurança Pública, Cristiano Sampaio.
Há viaturas em frente ao prédio onde mora o gestor do Estado, na Praia da Graciosa.
Segundo informações, mandatos também estão sendo cumpridos no Palácio Araguaia, sede do Poder Executivo do Tocantins. Um hospital particular, na quadra 602 sul também é alvo. Nesse endereço, policiais recolhem processos de contratos com o governo estadual e a Secretaria da Saúde desde 2018.
Segundo informações, a decisão é do Superior Tribunal de Justiça e os motivos da operação seriam pagamentos de vantagens indevidas ligadas ao plano de saúde dos servidores estaduais e obstrução de investigações que apuravam irregularidades dentro do governo.
Conforme apurado, a investigação, até o presente momento, estima que cerca de R$ 44 milhões de reais tenham sido pagos a título de vantagens indevidas. Os valores podem ser maiores, já que a participação de outras empresas no esquema ainda está sendo investigada.
O objetivo, segundo a polícia, é desarticular uma organização criminosa que supostamente agiu para impedir ou obstruir investigações que apuravam ilícitos relacionados à cúpula do governo estadual.
Os inquéritos, que tramitaram sob sigilo na Corte Especial do STJ, também encontraram indícios do pagamento de vantagens indevidas ligadas ao Plano de Saúde dos Servidores do Estado do Tocantins e a estrutura montada para a lavagem de ativos, bem como indicou a integralização dos recursos públicos desviados ao patrimônio dos investigados.
Segundo nota da Polícia Federal, as investigações começaram há cerca de dois anos e “reuniram um vasto conjunto de elementos que demonstram um complexo aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados”. A PF também informou que as equipes chegaram a Palmas em um avião da FAB para evitar vazamento de informações.
A Gazeta apura mais informações.