Nos últimos meses, o supertelescópio espacial James Webb vem fazendo diversos registros do Universo, mostrando desde galáxias, estrelas até planetas do nosso próprio Sistema Solar.
Alguns pares de galáxias em rota de colisão também já integraram a extensa lista de fotos do telescópio, que começou a divulgar suas observações na metade do ano passado, mas nada que se comparasse a Arp 220, um sistema do tipo com o brilho maior que um trilhão de sóis.
Classificada pelos cientistas como uma galáxia ultra luminosa, a Arp 220 está a cerca de 250 milhões de anos-luz de distância da Terra, mas emite 300 vezes mais luz do que toda a nossa Via Láctea. A título de comparação, segundo a Nasa, agência espacial norte-americana, a nossa galáxia tem uma luminosidade muito mais modesta, de cerca de dez bilhões de sóis.
E o que causou todo esse brilho foi algo que começou há cerca de 700 milhões de anos, quando as duas galáxias em espiral que formam o sistema começaram a colidir, provocando uma enorme explosão de formação estelar.
Ainda segundo a agência espacial, tudo isso resultou na formação de 200 enormes aglomerados estelares, que se juntaram numa região compacta e empoeirada de “apenas” 5 mil anos-luz de diâmetro (cerca de 5% do diâmetro da Via Láctea).
De tão compacta, todo o gás da Arp 220 seria o suficiente para preencher o mesmo volume de todo o gás da nossa galáxia.
O famoso telescópio Hubble, ainda em operação e com bastante relevância para a pesquisa cientíifica, até fez alguns registros desse sistema, como a imagem abaixo, divulgado em 2008 (veja mais abaixo).
O diferencial do Webb, porém, é que a nova imagem revela ainda mais detalhes do sistema, como materiais sendo retirado das galáxias pela gravidade (representados em tons azulados na foto do suspertelescópio), bem como fluxos e filamentos de material orgânico de uma cor mais avermelhada.