Um órfão de 19 anos com um passado problemático e seu próprio rifle AR-15 foi acusado formalmente nesta quinta-feira pelo homicídio premeditado de 17 pessoas no dia anterior, no pior episódio do tipo em escolas dos Estados Unidos em cinco anos. Agentes de segurança disseram à agência Associated Press que o suspeito, Nikolas Cruz, comprou legalmente a arma usada no ataque.

O procurador-geral americano, Jeff Sessions, afirmou desejar que o Departamento de Justiça estude as relações entre doenças mentais e a violência com armas, para melhor entender como tornar as leis mais eficientes para evitar esse tipo de episódio “Não se pode negar que algo perigoso e nada saudável acontece em nosso país”, afirmou Sessions a um grupo de xerifes em Washington.

O governador republicano da Flórida, Rick Scott, disse que trabalhará para garantir que pessoas com problemas mentais não tenham acesso a armas. O xerife do condado de Broward, Scott Israel, pediu que uma lei permita prender pessoas por fazerem ameaças.

Nesta quinta-feira, 14 sobreviventes estavam hospitalizados, após o ataque na escola Marjory Stoneman Douglas, de Ensino Médio. Entre os mortos estavam o diretor de atletismo da escola e outro adulto, ainda não identificado, que era monitor na escola. As autoridades disseram que eles foram heróis no episódio.

Trata-se do caso mais mortífero em uma escola dos EUA desde o ocorrido há cinco anos em Newtown, Connecticut. O grupo Everytown For Gun Safety já contabilizou 290 ataques com armas em escolas nos EUA desde 2003, sendo 18 apenas neste ano.

Cruz comprou legalmente a AR-15 usada no ataque há cerca de um ano. As autoridades até agora não citaram um motivo possível para o ataque, exceto que ele havia sido expulso do colégio, que tem cerca de 3 mil estudantes. Os colegas disseram saber que ele era um adolescente instável, cujo comportamento estranho havia afastado amizades. O suspeito foi detido sem confronto, cerca de uma hora após o ataque, em um bairro cerca de 1 quilômetro distante da escola. Ele tinha ainda muita munição, disseram autoridades.

(Instagram/@Dann_Edu/Reuters)

Por Estadão Conteúdo