Estilo, inovação e responsabilidade ambiental. Esta é a proposta do projeto “Sustentabilidade em Moda”, que será realizado na próxima sexta-feira, 30, com desfile no Tocantins Fashion Week, na CASACOR Tocantins. A iniciativa é uma realização do Instituto Brasil Sustentável (IBS), com patrocínio de edital da Lei Paulo Gustavo (LPG), através da Fundação Cultural de Palmas (FCP) e Ministério da Cultura.
As peças utilizam de reaproveitamento e priorizam produções à mão, unidas a biojoias confeccionadas com matérias-primas amazônicas e elementos como algodão orgânico, barbante ecológico, dejetos da indústria, tecidos naturais e outras formas de produção que não agridem ao meio ambiente, agregando ao conceito da sustentabilidade e economia criativa. Cerca de 95% dos produtos são feitos manualmente, evidenciando o talento de pequenas empreendedoras, que transformam a sustentabilidade em peças únicas e de grande valor estético.
De acordo com a diretora-geral do Projeto, a presidente do IBS, Lucivânia Brito, a iniciativa vai além da moda sustentável. “É um projeto que busca dar visibilidade a micro e pequenas empreendedoras, destacando a importância da economia criativa”, adianta. E como
explica a produtora executiva do projeto, Cinthia Abreu, a iniciativa tem o objetivo de mostrar que a moda pode e deve caminhar lado a lado com a sustentabilidade: “Uma proposta que une moda, inovação e um forte compromisso social. Por isso, apostamos em mulheres empreendedoras que fazem da sua arte um meio de vida, fortalecendo a economia local e respeitando o meio ambiente”.
A consultora de moda Patricia Fregonesi enfatiza que o projeto “Sustentabilidade em Moda” não só traz produtos para as pessoas consumirem como também faz repensar sobre esse consumo. “Estamos falando de um produto feito localmente, artesanalmente, por mulheres fortes e capazes de transformar a realidade de uma sociedade”, destacou.
Esta é a segunda edição do desfile, sendo a primeira edição realizada também no Tocantins Fashion Week. Além do Desfile, o projeto oferece diversas ações como rodas de conversa sobre empreendedorismo sustentável e exposição de produtos, sempre a partir de eixos como Sustentabilidade, Educação e Cultura.
Sobre o Instituto Brasil Sustentável (IBS)
O IBS é uma organização sem fins lucrativos dedicada à promoção de práticas sustentáveis em diversas áreas, incluindo moda, educação, assistência social e cultura. Venceu nos últimos anos a categoria Ambiental, do edital de Patrocínio Cultural Banco da Amazônia 2021, com a proposta do projeto “Vivência Lixo ao Luxo”, que já está em sua quarta edição.
Marcas
Por trás das peças, oito mulheres artesãs, costureiras e microempreendedoras que desenvolveram seus produtos, sempre pautadas na responsabilidade social. São elas:
Eclésia Lustosa – Jardim Secreto: Trabalha com peças que utilizam a técnica do macramê, por meio de fio de algodão crú e sintético, sendo eles residual e contínuo. Esta técnica dispensa o uso de agulhas e máquinas, permitindo a reutilização do material.
Fabiana Wandscheer – Ateliê Casa da Mãe e da Joana: Trabalha a técnica do crochê contemporâneo, usando fio contínuo, criatividade com amor. Seus produtos têm ênfase para o sustentável, usando fios residuais ou material que pode ser reutilizado ao ser desmanchado. O crochê é uma técnica que colabora com o meio ambiente no reaproveitamento da sua matéria-prima.
Jéssica Vieira – Makra Ateliê: Os brincos da Makra Ateliê são feitos com barbante ecológico, uma matéria-prima residual de fábricas têxteis, representando o compromisso com a sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente. Brincos grandes e cheios de estilo que valorizam a transformação de materiais em moda consciente e única.
Letícia Ambrósio– Manga Rosa Couros: A Manga Rosa Couros vende calçados com foco cultural. A intenção é levar ao público em geral a oportunidade de usufruir de sandálias em couro natural. Além de trabalhar a legitimidade e sustentabilidade nas peças, prima o conforto e qualidade nas produções artesanais.
Kelly Luz: É a mente criativa por trás da marca que leva seu nome. Artista têxtil, estilista (UNA-BH), também foi uma das 100 mulheres selecionadas para a primeira turma (2009) do Programa “10.000 Women – Mulheres Empreendedoras (FDC). Prioriza o uso de matérias prima naturais no tingimento e impressão das peças, investimentos na economia circular. Tem como inspiração a natureza, a reutilização (Ypyclyng) e a sustentabilidade.
Malu Mayara – Amarrado em Nós: Uma marca dedicada à criação de peças de decoração e vestuário em macramê, utilizando como uma das matérias-primas principais o barbante ecológico/sustentável. Cada item é produzido à mão. Além de oferecer produtos únicos e ecológicos, a marca destaca-se pelo empreendedorismo feminino, refletindo a dedicação e a paixão de uma empreendedora que valoriza a produção artesanal e a independência.
Marta Benosse – Gaia Shop: Produção de moda alternativa com tecidos de fibras naturais. Roupas brancas e africanas fazem parte do catálogo, onde a maioria das peças são criadas e produzidas por mulheres. A produção visa o aproveitamento dos tecidos sem desperdício, ajudando a natureza e fortalecendo a economia local, com responsabilidade e respeito.
Raia – Siá ECO: Um negócio de família, de sociedade da artista Gabriela Raia com sua mãe costureira Maria Lucimar Pereira Torres, que costura há mais de 30 anos. As peças são baseadas na ideia de moda circular e upyclicling, utilizando o tecido como ele é com peças feitas com tecidos biodegradáveis: algodão e linho.
Ficha Técnica
Direção-geral: Lucivânia Brito
Idealização e Produção Executiva: Cinthia Abreu
Administração e prestação de contas: Marinez Santana
Consultoria de Moda: Patricia Fregonesi
Participantes: Mallu Mayara – Amarrado em Nós; Marta Benosse – Gaia Shop; Kelly Luz; Raia – Siá Eco; Letícia Ambrósio – Manga Rosa Couros; Fabiana Wandscheer – Ateliê Casa da Mãe e da Joana; Eclésia Lustosa – Jardim Secreto e Jéssica Vieira – Makra Ateliê.