O descarte de lixo hospitalar e material biológico não é descartado há um ano
e meio no Hospital Municipal de Taguatinga. O problema foi detectado em
vistoria da Defensoria Pública do Estado do Tocantins na terça-feira,
9, realizada pelo coordenador do NUAmac – Núcleo Aplicado das Minorias e Ações
Coletivas de Dianópolis, o defensor público Evandro Kappes. Segundo ele,
existe uma sala no fundo do hospital com placentas, úteros, órgãos, tecidos
humanos e outros resíduos biológicos de cirurgias, que são guardados em um
freezer. “Há nos fundos do hospital uma sala completamente lotada de caixas
com material hospitalar e material perfuro-cortante, de forma que nós não
conseguimos sequer acessar o local”, conta. Para o coordenador do NUAmac
Dianópolis, tal ineficiência operacional pode gerar graves problemas de saúde
aos pacientes. “É uma situação muito insalubre, com alta probabilidade de
contaminação dos pacientes e profissionais que trabalham no local”, considera.

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O lixo hospitalar é proveniente do atendimento a pacientes. Tais materiais
podem representar risco à saúde humana e ao meio ambiente, se não houver
adoção de procedimentos técnicos adequados no manejo dos diferentes tipos de
resíduos gerados como, materiais biológicos contaminados com sangue ou
patógenos, peças anatômicas, seringas e outros materiais plásticos; além de
uma grande variedade de substâncias tóxicas, inflamáveis e até radioativas.

Saúde

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Conforme a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, alguns resíduos,
após as etapas iniciais de segregação e acondicionamento necessitam de
tratamento com o objetivo de reduzir riscos de contaminação, intoxicação, de
acidentes ocupacionais ou de danos ao meio ambiente. Para os resíduos que
necessitam de tratamento, dependendo do tipo de resíduo, esta etapa só pode
ser realizada no próprio estabelecimento de saúde e depois é feito o
armazenamento dos resíduos sólidos, para a coleta externa e disposição
definitiva. Dependendo do tipo de resíduo, para aqueles que requerem
tratamento, é permitido o tratamento fora do estabelecimento, em sistemas
coletivos. Por último, o resíduo deve ser transportado, mantendo as condições
de acondicionamento, para locais adequados para recebê-los, que possuam
licenciamento ambiental e assegurem condições de salubridade aos trabalhadores
envolvidos no processo e ao meio ambiente.

Vistoria

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A vistoria detectou ainda outros problemas no local, como falta de material
básico para atendimento, equipamentos deteriorados, equipamentos novos que
foram adquiridos e não foram utilizados há mais de um ano e climatização nas
salas, dentre outros. A ação é parte de uma ação realizada pela Defensoria em
diversos hospitais públicos do Estado, nas cidades de Taguatinga, Palmas,
Araguaína e Gurupi. A partir das vistorias em todos os hospitais foram
coletadas informações para elaboração de relatórios, que serão encaminhados
aos órgãos de saúde competentes para providências.