Equipe Gazeta do Cerrado
Matéria atualizada em 02/05/2019 às 16h31
Os moradores de Palmas não estão satisfeitos com o reajuste da passagem do transporte coletivo da Capital. Atualmente o valor custa R$ 3,75 e a partir do dia 1º de junho passa a ser cobrado R$ 3,85.
O último reajuste na tarifa foi em junho de 2018, há quase um ano atrás, quando subiu de R$ 3,50 para R$, 3,75. Na época, apesar do reajuste, a frota foi diminuída com a justificativa de que o impacto seria ainda maior no bolso do usuário se a medida não fosse tomada.
Um estudante que referiu não se identificar, disse que o aumento é um absurdo. Ele disse que usa o transporte coletivo todos os dias e segundo o usuário, valor não condiz com o serviço prestado.
“Todos os dias eu vou e volto da aula. Quando pego ônibus com ar-condicionado, a maioria está com vazamento,, assentos estragados. Fica pingando na gente o tempo todo. Quando são os veículos convencionais, é sujeira, poeira, resto de alimentos e por aí vai”, disse o estudante.
Também inconformado com o reajuste, o Movimento Pula Catraca (MPC) está organizando uma manifestação prevista para o a próxima quarta-feira, 8. O Movimento questiona ainda se o cidadão palmense está disposto a pagar do próprio bolso, o que chamou de monopólio do transporte público.
O MPC está convocando através das redes sociais, estudantes, trabalhadores e usuários do transporte coletivo em geral para participarem do protesto.
A concetração vai acontecer no canteiro central da Avenida Teotônio Segurado, em frente a Estação Apinajé a partir das 15h.
A Gazeta do Cerrado entrou em contato com a Prefeitura de Palmas para que pudesse explicar sobre os motivos do reajuste na tarifa.
Em nota, o órgão disse que o reajuste da tarifa do transporte público, que sairá de R$ 3,75, para R$ 3,85, a partir de 1º de junho, é 2,67% é menor que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que fechou o ano de 2018 em 3,75%. Há de se considerar que o percentual de reajuste concedido está abaixo da média nacional, que gira em torno de 6% a 7%. Em algumas cidades o aumento chegou a 11%.
Para evitar que a elevação desse valor fosse maior, a prefeita Cinthia Ribeiro determinou a isenção do pagamento de R$ 0,04 por bilhete, referente à Taxa de Fiscalização do Transporte (TFT) e glosou outros R$ 0,02 referentes a serviços não relacionados à bilhetagem eletrônica, medidas que influenciariam diretamente na definição de uma tarifa menor.
Mesmo com um reajuste menor, ele vai possibilitar a substituição de 10 ônibus por veículos novos, com ar-condicionado. Com isso, Palmas passará a ter 101 veículos com ar-condicionado, o que representa 53,2% da frota. Atualmente, dos 190 ônibus que compõe a frota, 91 contam com o acessório. Com esse investimento, Palmas passa a ter uma frota com média de uso de cinco anos, dois anos a menos que a média nacional.
Vale ressaltar que o valor foi debatido de forma transparente e democrática, realizado pelo Conselho Municipal de Acessibilidade, Trânsito e Transporte (CMATT), composto por 39 membros que representam órgãos públicos, instituições, entidades de diversos segmentos da sociedade e a comunidade em geral. Dentre os membros estão o Ministério Público Estadual (MPE), a Defensoria Pública do Estado (DPE-TO), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a própria Prefeitura, sindicatos patronal e de trabalhadores do setor.
Em relação ao novo valor, ressaltamos que o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Palmas (Seturb) solicitou um aumento de 6,67%, proposta que elevaria a tarifa para R$ 4,00, o que foi refutado pela Prefeitura. O valor definido pela Prefeita, após a indicação do Conselho, ficou 40% inferior ao solicitado pelo sistema, sem contar o benefício dos dez novos veículos com ar-condicionado.
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