O pedagogo Joaquim Melo, de 39 anos, natural de Chapada da Natividade, no Tocantins, teve uma jornada de vida marcada pela busca incessante pelo conhecimento. Ele nasceu e estudou na zona rural, mas se mudou para Natividade e depois para Goiânia em busca de melhores oportunidades.
Joaquim sempre ouvia sua avó falar que era índia e, um dia, expressou o desejo de conhecer mais sobre sua cultura. Foi então que um irmão de sua avó lhe relatou a história de seu bisavô, que era indígena, e Joaquim começou a se aprofundar em suas raízes.
Após concluir o ensino médio em Goiânia, Joaquim formou-se em Administração e Pedagogia, e ainda fez pós-graduação em Gestão de Pessoas e Estratégia em Marketing. Foi então que decidiu buscar suas origens indígena e quilombola, mesmo não possuindo documentos que comprovassem sua descendência.
Em 2015, ao retornar para Chapada da Natividade, Joaquim empenhou-se em regularizar sua situação e obter o reconhecimento de sua ascendência. Hoje, ele é o diretor do Colégio Estadual Fulgêncio Nunes, em Chapada da Natividade, que é o único colégio quilombola urbano do Estado.
Ele já foi coordenador geral e diretor de faculdade em Goiânia, além de ter sido secretário de educação em Natividade, durante a gestão da ex-prefeita Martinha Rodrigues. Atualmente, ele está à frente da direção do Colégio Estadual Fulgêncio Nunes, em Chapada da Natividade, pela segunda vez.
Mesmo formado em administração de empresas, Joaquim sempre atuou na área da educação, seguindo seu sonho de fazer pedagogia desde o ensino médio, quando estudou no Colégio Estadual Chico Mendes em Goiânia, no ano de 2000.
Mesmo enfrentando desafios e não tendo recebido benefícios de bolsa quilombola ou indígena, Joaquim sempre dedicou-se aos estudos e tornou-se o primeiro de sua família, tanto do lado paterno quanto materno, a conquistar um curso superior. Seu reconhecimento como descendente indígena e quilombola veio após sua formação acadêmica, mas sua determinação e paixão pela educação são exemplos inspiradores de superação e dedicação. A história de Joaquim Melo é um verdadeiro testemunho de como a educação pode transformar vidas e romper barreiras sociais.
“Olha, eu me sinto imensamente honrado em carregar essa condição e responsabilidade cultural, familiar e histórica. Saber que a minha trajetória e dos meus antepassados está sendo reconhecida me motiva em função de um país que nos reconhece na base. É uma honra poder representar minha cultura e história através da minha atuação na educação”, disse Joaquim em entrevista à Gazeta do Cerrado.