De São Felix- Maju Cotrim

O Tocantins chegou aos 32 anos nesta segunda-feira, 5. Início de semana. Início de um novo ciclo na busca por uma superação que é mundial mas que para a população tocantinense tem um sabor de esperança.

Foram sete meses difíceis em todos os sentidos onde o Estado teve que parar para lutar contra o vírus que levou 968 pessoas da nossa terra. Foram dias de apreensão, de recolhimento, de orações por toda parte do Estado. Mais do que nunca estes 32 anos são de fato o recomeço para o caçula do Brasil.

A Gazeta, em meio a uma cobertura frenética das eleições, deu um pulo no Jalapão onde ouvimos moradores, setores e a expectativa de superação pela ótica de quem vive e sobrevive no local.

O governador Mauro Carlesse esteve semana passada no local abrindo o Parque estadual para visitação. Na região por onde passamos o clima ainda é de pouco movimento nas ruas e estradas.

Poucos turistas estão em São Félix. A retomada começa aos poucos e a população demonstra claramente ainda não entender se de fato após sete meses o vírus deu mesmo trégua.

Na feirinha da cidade poucos moradores. Os produtores começam  a chegar cedo, todos de máscara. Dona Joana vende verduras e pimentas. Ela diz esperar que agora as coisas melhorem.

Tecnologia e pós-pandemia no quilombo

Seguindo 18 km á frente o quilombo da comunidade do Prata. Pouco movimento e quem nos recebe é o morador Antonino Alves. Ele estava cortando  palmeira para ajudar a cobrir um telhado.

Segundo o morador, o quilombo espera pela retomada também mas com a assistência necessária. “Aqui estamos sem aulas ainda, aguardando como é que vai ser o retorno de tudo na esperança de dias melhores”, disse.

Na semana passada uma praça no quilombo foi inaugurada pelo próprio governador Mauro Carlesse durante agenda. O local muito organizado já é o novo point para os jovens da comunidade. Uma de bicicleta outros nos celulares eles contam com a ajuda da tecnologia para passar por esse momento. A loja de capim dourado da comunidade ainda não abriu as portas e durante esses meses conforme a comunidade apenas algumas cestas básicas foram entregues.

A Gazeta passou pelo local usando todos os itens de segurança e mantendo o distanciamento social além de não temos tido nenhum contato com idosos.

Da comunidade Passamos pelo povoado Fazenda Nova onde o silêncio reina e um morador informou que por enquanto estão suspensas as vendas de polpas de suco.

Fervedouros

Chegando ao fervedouro Macaúbas, um dos mais visitamos do Jalapão, fomos recebidos pelo proprietário Erison Macauba. Ele contou que foram meses difíceis sem poder abrir o local que é de onde vem o sustento da família.

O fervedouro que é point garantido para os turistas agora está de cara nova, passou por uma reforma na base, ganhou pias na entrada, dispenser de álcool gel e placas informativas sobre a Covid. A visitação para turistas recomeça nesta segunda-feira, 5.

“Aqui foram meses difíceis esperando tudo isso passar, agora estamos confiantes que virá um novo momento se Deus quiser”, afirmou. O valor cobrado por pessoa é de R$ 20 e será permitido apenas 10 visitantes por vez.

Camping e restaurante

Seguindo pela estrada chegamos ao território de Mateiros onde conversamos com Alcides Neiva, proprietário de um restaurante e loca de camping. Ele também abre as portas do local hoje porém fez várias ressalvas sobre a suspensão das atividades.


Segundo ele, faltou por parte da gestão municipal atenção com a pauta do turismo. “Eles tiveram dinheiro para isso e não fizeram. Foi só interesse político, até hoje não sabemos quanto o município recebeu e o que fizeram com o dinheiro, passamos momentos muito difíceis”, disse.

Ele reclamou ainda das estradas. “Estou com um caminhão de mantimentos para chegar mas não tem como vir…não vou colocar na estrada para atolar, daí vou ter que ir buscando aos poucos”, relatou. No local, também pias adaptadas e avisos de segurança além da redução do redario também por causa da pandemia.

Vários atrativos como o fervedouro buritizinho e a Cacheira Formiga também estão com as normas de segurança para recomeçar a receber os turistas. Na Formiga, um efetivo da guarda ambiental estava no local quando passamos fazendo ronda e fiscalizando.

Passando pelo fervedouro do Ceiça, outro tradicional na região, o proprietário que dá nome ao local limpava a entrada do atrativo que também já estava adaptada seguindo as orientações. “Esperamos em Deus que a partir de agora nosso turismo volte, que as pessoas voltem a visitar nosso Jalapão que é o que nos sustenta…o turismo fez falta para todo mundo e esse retorno vai renovar todo mundo de novo, nós é que seguramos a barra de todo mundo aqui no Jalapão”, disse.

Perto do fervedouro fica a comunidade Mumbuca que ainda avalia como vai ficar a situação para visitas e entrada de outras pessoas na comunidade. Uma reflexão interna que tem que ser respeitada tendo em vista as particularidades. 


A população espera ansiosa pelo reinício dos novos tempos pós-pandemia. Um recomeço que vem junto com os 32 anos do Tocantins.

Fotos : Maju Cotrim e Marco Jacob