Dedicação, concentração e confiança foram determinantes para que os estudantes tocantinenses chegassem à marca de 24 medalhas nas Paralimpíadas Escolares 2018. Os 16 estudantes que representaram o Tocantins fizeram uma excelente campanha e faturaram 12 medalhas de ouro, sete de prata e seis de bronze. Além das vitórias nas competições, os atletas retornaram para casa, no último sábado, 24, com a certeza de que as limitações e deficiências não são impedimento para que realizem o sonho de seguirem carreira no esporte.
O maior evento paradesportivo estudantil do mundo foi realizado no Centro Brasileiro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, de 19 a 23 de novembro. No último dia de competições, foram dois medalhistas de ouro. Luiz Fernando, que tem paralisia cerebral, foi o melhor no arremesso de peso. Ele é estudante da Escola Estadual Maria dos Reis, de Palmas. Irla Maria Moraes, do Colégio Estadual Adá de Assis Teixeira, de Goiatins, garantiu a medalha dourada no arremesso de pelota.
Vitória Reis, aluna da Escola Estadual São José, de Palmas, ficou com a segunda colocação no lançamento de dardo e levou a prata. Na natação, Sâmyla Vitória, da Colégio Esportivo Militar do Corpo de Bombeiros, acumulou mais uma prata, agora nos 50 metros livre. Também na piscina, Welder Araújo, aluno da Escola da Marinha Caroline Campelo, de Palmas, faturou o bronze, nos 100 metros borboleta.
Destaques nacionais
Além do quadro de medalhas, os tocantinenses ainda figuraram entre os destaques nacionais. Os tempos de provas na natação, renderam à paratleta Sâmyla o segundo melhor tempo nacional. “É muito bom ver o esforço da gente reconhecido. Pra quem não sabia nadar até pouco tempo, ficar com três pratas é maravilhoso. Esse resultado nacional também foi muito bom. Espero melhorar pra levar o ouro no ano que vem”, frisou a nadadora que é treinada pelo professor George Lino.
Kauany da Silva Alves, aluna da Escola Estadual São Pedro, localizada no distrito de Jacilândia, município de Araguanã, recebeu o trofeu de segundo lugar em destaque nacional do atletismo. A adolescente, que é deficiente visual total, é treinada pelo professor Rafael Gabarrão e o guia Denilson da Silva. “Fiquei muito feliz com as medalhas e agora mais ainda com esse troféu. O esporte mudou a minha vida”, revelou.
Além de conquistar duas medalhas nas Paralimpíadas, Irla Maria, também se destacou ao quebrar o recorde da prova do arremesso de peso. Ela alcançou a marca dos 3.83 metros, enquanto a última marca em edições passadas havia sido 2,84 metros. “Eu estou muito feliz mesmo. As Paralimpíadas me deram muita coisa boa. Ganhei duas medalhas, quebrei o recorde e viajei de avião. Também achei o máximo conhecer pessoas como eu, porque na minha cidade eu sou a única assim”, revelou a paratleta que nasceu com nanismo.
Conforme a chefe da delegação do Tocantins, Keilla Cristine Gonçalves, os resultados comprovam o talento dos estudantes e a dedicação dos técnicos e professores. “Nossa avaliação é bastante positiva, com as medalhas, recordes e atletas destaque. Os que não foram medalhistas ganharam experiência e terão a chance de se preparar melhor para futuras edições. Esses talentosos atletas, que contam com todo o apoio dos treinadores e guias, foram revelados pelos Jogos Paradesportivos Escolares do Tocantins (Parajets) e através do esporte conheceram uma nova forma de viver, com muitos planos para o futuro”, concluiu.