Durante audiência pública sobre o PL 3261/19, que visa atualizar o Marco
Regulatório do Saneamento Básico do Brasil, na manhã desta sexta-feira,
20, o presidente da Federação Interestadual dos Engenheiros (Fisenge),
Clovis Francisco do Nascimento, condenou a aprovação do projeto que
entre outras coisas visa privatizar o saneamento no país.

A reunião foi coordenada por uma Comissão Especial da Câmara dos
Deputados, representada pelo deputado Federal Célio Moura (PT), que
substituiu seu colega Evair Vieira de Melo (PP-ES).

O PL estabelece um novo conjunto de regras para o saneamento básico no
Brasil. Em substituição à Medida Provisória 868/18, o texto altera a Lei
do Saneamento Básico e abre caminho para a exploração desses serviços
pela iniciativa privada. Oriunda do Senado, a proposta está em
tramitação na Câmara dos Deputados.

Para Clovis Francisco, esse não deveria ser o caminho da gestão do
saneamento no Brasil, que segundo ele tem 94% do país com água potável
ofertada por recursos públicos, incluindo as favelas, que não têm
despertado interesse das empresas.

Para o palestrante, o PL comete uma série de inconstitucionalidades. “O
saneamento é municipal e tem gente querendo dar celeridade às
privatizações para privilegiar o mercado, que nem sempre pensa em
preservação e no social, mas sim no lucro”, afirmou.

O deputado Zé Roberto (PT-TO) disse que a privatização não resolve o
problema porque não se deve tratar a água e esgoto como mercadoria. Ele
foi seguido pela deputada estadual Maria Del Carmen (PT-BA), uma das
convidadas para o evento. “Não me parece possível considerar que esse
recurso deva ser privatizado”.

Segundo Zé Roberto o tema voltará ao debate da Assembleia em um momento
que ainda será definido pela Casa de Leis.

Participantes

Participaram da audiência os deputados tocantinenses Léo Barbosa
(Solidariedade), Elenil da Penha (MDB), o vereadores Sargento Genilson
(PRTB), presidente da CPI da BRK em Gurupi, e vereador Ataíde Leiteiro
(PPS), relator da CPI na mesma cidade.

A audiência contou ainda com a presença de Juliana Marques, presidente
da Agência Tocantinense de Regulação (ATR), e Thadeu Pinto, presidente
da BRK.