Equipe Gazeta do Cerrado
O Ministério da Cultura (MinC) divulgou no Diário Oficial da União, o resultado final do Prêmio Culturas Populares 2018 – edição Selma do Coco. Foram 500 iniciativas culturais populares vencedoras, em todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal. Nesta edição, o valor da premiação passou de R$ 10 mil para R$ 20 mil. O valor global – R$ 10 milhões – é o maior volume de recursos já concedido em seis edições da premiação. A edição atual ainda incluiu a inscrição de novos arranjos da cultura popular, como a aparelhagem e a guitarrada. Também foram permitidas a participação de indígenas, ciganos, capoeiristas e ações de hip hop.
Serão agraciados 200 prêmios para iniciativas de mestres e mestras (pessoa física); 192 para iniciativas de grupos sem Cnpj; 77 para pessoas jurídicas sem fins lucrativos; 11 para pessoas jurídicas com ações comprovadas em acessibilidade cultural; e 20 para herdeiros de mestres e mestras já falecidos (in memoriam), totalizando 500 prêmios.
“O formato deste edital permitiu uma isonomia regional, onde todas as regiões foram representadas e reconhecidas. Além disso, não só as culturas populares tradicionais foram reconhecidas, como também as manifestações dos novos arranjos, das inovações culturais”, avalia a secretária de Diversidade Cultural do MinC, Magali Moura.
Nas categorias de mestre, grupos sem Cnpj e entidades e mestres in memoriam, os prêmios ficaram distribuídos da seguinte forma: Nordeste (124), Sudeste (121), Norte (98), sul (96) e Centro-Oeste (50). Quanto aos 11 premiados com ações comprovadas em acessibilidade cultural, cinco são do Nordeste, três do Sul, dois do Sudeste e um do Centro-Oeste.
Ao todo, foram 2.227 inscrições para a edição Selma do Coco, sendo 1.482 habilitadas: 784 de mestres, 367 de grupos e comunidades, 296 de instituições privadas sem fins lucrativos e 35 de herdeiros de mestres já falecidos (in memoriam). Os estados com mais inscritos foram Paraíba (254), Minas Gerais (238), Bahia (228), Pernambuco (221) e São Paulo (194).
Os selecionados têm 15 dias para atualizar os dados bancários informados ao MinC no momento de inscrição, caso tenham mudado. Em caso de dúvidas, basta enviar um e-mail para [email protected].
Tocantins emplaca 11 projetos
O Tocantins teve 11 projetos ao todo aprovados. Veja abaixo quais:
De Palmas:
Categoria Mestre
1. Projeto Vereda – Diego Brito (projeto elaborado pelo Coletivo Arte e Memória)
2. Projeto com Cordas e o Cordel – Valdemar Rodrigues de Sousa
3. Caravana de Lendas do Tocantins – Irma Cristina Silva Galhardo
4. Projeto Sombras do Hip Hop – Francisco das Chagas Lima
Categoria Pessoa Jurídica
5. Clube do Artesanato de Taquaruçu – Cataquara
De Natividade:
Categoria Mestre
6. Fazendo Amor Perfeito – Ana Benedita de Cerqueira e Silva
7. Na Rota da Filigrana – Uardon Moreira da Cunha
Categoria Grupos/Comunidades
De Monte do Carmo
8. Congo de Monte do Carmo Juarês Carvalho de Oliveira (projeto elaborado pelo Coletivo Arte e Memória)
De Silvanópolis
9. Festejo de Nossa Senhora do Rosário Cleonice Guimarães Souza
De Ipueiras
10. Festejos ao Divino Pai Eterno – Janesclei Araújo Lustosa
De Miranorte
11. Associação Amigos da Arte
Premiação
O objetivo da iniciativa é fortalecer as expressões culturais populares brasileiras, retomando práticas populares em processo de esquecimento e que difundam as expressões populares para além dos limites de suas comunidades de origem. Exemplos dessas iniciativas são o cordel, a quadrilha, o maracatu, o jongo, o cortejo de afoxé, o bumba-meu-boi e o boi de mamão, entre outros.
As iniciativas foram analisadas por uma Comissão de Seleção que avaliou critérios como contribuição sociocultural que o projeto proporciona às comunidades; melhoria da qualidade de vida das comunidades a partir de suas práticas culturais; e impacto social e contribuição da atuação para a preservação da memória e para a manutenção das atividades dos grupos, entre outros.
Neste ano, a premiação homenageia a cantora pernambucana Selma do Coco (1929-2015). Nascida na cidade de Vitória de Santo Antão, Selma deixou como principal legado a sua contribuição para a consolidação do coco, ritmo típico do Nordeste brasileiro, como referência nacional. A artista gravou três álbuns e participou de festivais internacionais nos Estados Unidos e na Europa, além de ter ganhado o antigo Prêmio Sharp, hoje Prêmio da Música Brasileira.