Pacientes que precisam realizar procedimentos cirúrgicos estão sofrendo com a fila de espera em hospitais públicos do Tocantins. É que as cirurgias eletivas, que não são consideradas urgentes, foram suspensas no início da pandemia da Covid-19 e mais de 5,3 mil pessoas aguardam um tipo de procedimento. A situação também atinge casos mais graves, como é o caso de Valderi Vaz de Aguiar. Ele foi diagnosticado com um tumor no cérebro e precisa de uma cirurgia neurológica.
O homem sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em outubro de 2020 e precisou ser internado no Hospital Geral de Palmas (HGP). Desde então foram quatro internações.
A esposa de Valderi, Cylmara Ferreira, disse que a cirurgia que ele precisa chegou a ser agendada duas vezes, mas foi cancelada por falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Nós estamos aguardando uma cirurgia desde o dia 21 de dezembro e até o momento nós não temos previsão. O meu esposo foi diagnosticado com uma neoplasia, tumor no cérebro, e nós estamos aguardando essa biópsia, esse procedimento cirúrgico para iniciar o tratamento adequado”, disse Cylmara Ferreira.
A demora envolve quase todas as áreas e algumas pessoas estão há anos aguardando a realização de um procedimento. Muitas vezes, por causa da demora, o quadro de saúde do paciente fica pior.
Segundo órgãos de fiscalização, o problema existe antes da pandemia da Covid-19. Por causa da situação a Justiça determinou que o Governo do Estado regularize a fila de espera de procedimentos eletivos da especialidade de urologia. O Ministério Público do Tocantins afirma que “há pacientes aguardando por cirurgia nesta especialidade há oito anos, desde agosto de 2012”.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que a suspensão de cirurgias eletivas é uma orientação do Ministério da Saúde e que “provavelmente o retorno dos procedimentos ocorrerá no começo de fevereiro”. Mesmo sendo questionada, a pasta não informou quando Valderi será operado. Veja abaixo a nota na íntegra.
Sem ter o que fazer, Cylmara Ferreira continua no hospital acompanhando o marido. “Enquanto isso o meu esposo está com lado direito paralisado e, no hospital, a mercê do governo. Já enviei solicitação e reclamação na ouvidoria do estado, tanto do HGP quanto da Secretaria de Saúde e não tive retorno”, disse.
A mulher teme uma situação ainda mais grave e sequelas.
“É necessário acontecer algo mais grave e o meu esposo não ter o atendimento devido? Eu estou apenas questionando um direito que é nosso”, lamenta Cylmara.
O que diz o Governo do Estado
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que, no momento, 5.394 pessoas aguardam na fila de cirurgias eletivas no Tocantins.
A SES esclarece que – seguindo orientação do Ministério da Saúde (MS) – as cirurgias eletivas ainda seguem suspensas, em decorrência da pandemia da Covid-19. Atualmente, a Pasta realiza estudos e, provavelmente, o retorno dos procedimentos, ocorrerá no começo de fevereiro. Vale ressaltar que a SES trabalha com protocolos e medidas, visando a realização das cirurgias de forma segura.
Fonte G1 TO