De acordo com o Núcleo de Coleta e Análise Estatística da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), Tocantins registrou um total de 512 estupros de vulneráveis este ano. Segundo os dados, foram 501 crimes do tipo de 1º de janeiro até esta segunda-feira, 8.

Os números apontam que, em média, 50 pessoas que podem ser enquadradas como vulneráveis são vítimas de abusos sexuais por mês em todo o Estado.

Para os efeitos da lei, são considerados vulneráveis os menores de idade e também pessoas com deficiências ou doenças que as impossibilitem de se defender ou de discernir uma relação consensual de violência sexual. Casos de pessoas embriagadas ou que usaram entorpecentes, de forma voluntária ou forçada, também podem entrar nesta classificação, mesmo quando a vítima é maior de idade.

Conforme dados de estatísticas criminais, o mês de janeiro foi o que mais teve registros. Foram 69 vítimas em apenas 31 dias. O segundo mês com mais casos foi agosto, quando 64 vulneráveis foram violentados.

No caso do Tocantins, a maioria das vítimas está na faixa etária entre o fim da infância e o início da pré-adolescência.

  • 13 anos – 91 vítimas
  • 12 anos – 68 vítimas
  • 11 anos – 36 vítimas
  • 10 anos – 38 vítimas

 

Conforme os dados do Núcleo de Coleta e Análise Estatística, dos 139 municípios do estado, 115 registraram ao menos um estupro de vulnerável.

A cidade com mais casos registrados é Palmas. A capital teve 81 casos de estupros de vulneráveis desde o início do ano. Em Araguaína foram feitos 46 registros e outros 25 crimes aconteceram em Gurupi, no sul do estado.

Depois que um crime é descoberto, a Polícia Militar pode ser acionada imediatamente através do número 190. Os casos também devem ser denunciados em uma delegacia.

Prisões recentes

Nesta segunda-feira, 8, um homem de 31 anos foi preso em Paraíso do Tocantins por suspeita de estupro de vulneráveis. Segundo a 6ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Vulneráveis, ele teria estuprado duas enteadas de 8 e 11 anos e a cunhada, de 16 anos. Os crimes foram descobertos pela mãe das crianças.

O delegado responsável pelo caso, José Lucas Melo, disse que “para encobrir os atos criminosos, o sujeito usava de ameaças para que as vítimas não contassem sobre os crimes”.

Já no dia 15 de outubro um homem de 51 anos foi preso suspeito de estuprar as próprias filhas. As três vítimas eram menores de idade quando os crimes aconteceram em 2014, em Augustinópolis. Ele era considerado foragido e foi localizado em um assentamento de Aragominas.

Ainda em outubro um idoso de 65 anos foi preso suspeito de estuprar a neta por cinco anos. Segundo a polícia, a criança foi estuprada em média três vezes por semana, totalizando cerca de 720 abusos cometidos.

O caso começou a ser investigado depois que a Polícia Civil e o Ministério Público tomaram conhecimento de um vídeo divulgado pela própria vítima, que hoje tem 18 anos. Nas postagens ela contou que os crimes foram praticados entre os anos de 2008 a 2013.

Na época dos fatos o suspeito trabalhava como vigia em uma escola e por isso tinha contato com muitas crianças e adolescentes. “Por meio das investigações, descobrimos que a pequena vítima ficava encarregada de levar a comida para o autor em seu local de trabalho e também buscar eventualmente o que sobrava da merenda escolar. Desse modo, ele também aproveitava esses momentos para praticar os estupros na própria escola que trabalhava”, explicou o delegado Jacson Wutke.