Por Maria José Cotrim
Fotos Marco Aurélio Jacob
O Tocantins começou o ano de 2017 com perspectivas otimistas com relação ao cenário econômico do comércio e o mercado de trabalho. O comportamento das empresas e de quem busca o ingresso no mercado são determinantes neste processo.
O período ainda é instável, segundo explica a economista Fabiane Cappelesso em entrevista à Gazeta do Cerrado: “Nós ainda estamos vivendo um período instável na economia brasileira, porém, percebemos que já existe mais otimismo tanto em relação às empresas quanto em relação ao trabalhador”.
Conforme a economista, a mudança de governo, neste caso, representou também uma série de ações e medidas que buscam retomar a economia, mas a curto prazo parecem não populares. “A economia atual ainda reflete a herança de dívidas, mas acreditamos que há uma luz no fim do túnel”, completa.
Mercado competitivo
O avanço da tecnologia e da globalização possibilitaram várias mudanças no mercado de trabalho atual, como novos postos ou funções de trabalho, aumento dos canais de comunicação, em alguns setores uma jornada de trabalho mais flexível e as próprias atualizações das ferramentas de trabalho. “O mercado de trabalho hoje é mais competitivo, exigente e com mais opções de profissões”, avalia a profissional.
O dado mais recente do Caged (cadastro geral de empregados e desempregados), mostra que o setor de serviços foi o que mais contratou em 2016 (19.517 admitidos) no Tocantins, seguido do comércio (18.640), construção civil (12.174) e agropecuária (9.763).
Mão de obra especializada
Geralmente o mercado procura e contrata pessoas já capacitadas, com o conhecimento e experiência necessária para aplicar na empresa. Porém, existem aquelas que preferem formar o colaborador de acordo com sua própria necessidade. Tanto para os comerciantes como para o mercado informal a Fecomércio incentiva a capacitação profissional.
“Nós incentivamos a formalização das empresas e a capacitação dos colaboradores. Para isso, dispomos do Senac (serviço nacional de aprendizagem comercial) com cursos referentes a várias áreas do comércio de bens, serviços e turismo”, garantiu o presidente em exercício da Fecomércio, Domingos Tavares de Souza. Ele conta que a Federação monitora o cenário econômico das empresas e busca dar total apoio nas demandas e principalmente em ações que visam superar a crise.
(Veja vídeo sobre o cenário econômico das empresas no Estado e a busca por superação)
Cenário empresarial
Os gestores atuais, independente do setor produtivo, sentem a ausência de profissionais especializados, como é o caso da empresária do ramo de comércio e serviços automotivos, Geni Belino, que atua na capital há dois anos e emprega 12 funcionários.
Em entrevista á Gazeta, ela conta que tem dificuldades em encontrar profissionais capacitados para sua empresa. “A mão de obra qualificada é difícil de ser encontrada, assim como bons profissionais. Os cursos ofertados no mercado muitas vezes estão obsoletos em relação à tecnologia que utilizamos. No nosso caso, a própria empresa que vendeu um dos nossos equipamentos veio a Palmas realizar o treinamento para os nossos funcionários.”
Capacitação é o caminho
Desde 1946, o Senac (serviço nacional de aprendizagem comercial) é o principal agente de educação profissional voltado para o Comércio de Bens, Serviços e Turismo do País. No Tocantins, a instituição atua desde 1997, completando 20 anos de atuação em 2017 – neste período, foram qualificados mais de 350 mil alunos.
Seu portfólio contempla cursos presenciais e a distância, em diversas áreas do conhecimento, que vão da Formação Inicial e Continuada à Pós-graduação e permitem ao aluno planejar sua carreira profissional em uma perspectiva de educação continuada.
Conforme os dados repassados á Gazeta pelo Senac Tocantins, o público, em sua maioria, é formado por jovens, na faixa etária de 16 a 29 anos. Mas há alunos de todas as idades, como aposentados, idosos, donas de casas, profissionais liberais, e outros.
Como referência, em 2016, cerca de 70% dos nossos alunos são mulheres. Essa é uma tendência quando o assunto é educação – o mesmo fenômeno acontece em faculdades, por exemplo.
Mercia Silva de 20 anos faz faculdade de administração mas também estuda moda no Senac. O sonho de criar um ateliê é o que a motiva. “Quero abrir um ateliê de noivas, esse é meu sonho e sei que quando estiver apta assim que concluir este curso terei mais oportunidades”, disse.
Recolocação no mercado de trabalho
Muitos profissionais trocam de ramo de atuação, procurando o caminho que possa ser mais viável e de acordo com sua aptidão. Aos 20 anos, Ângela Duda é uma destas pessoas que buscam capacitação para se recolocar no mercado de trabalho. Após uma demissão, ela escolheu o curso de maquiagem e pretende montar o próprio negócio. “Sempre gostei desta área, estou desempregada e através desta capacitação pretendo trabalhar e ter meu próprio negócio”, estima.
O Senac oferece gratuitamente aos alunos o encaminhamento ao mercado de trabalho, através do Banco de Oportunidades (www.to.senac.br/banco-oportunidades.html) desde o ano passado. Foram 260 alunos encaminhados para mercado em 2016. Dentre os ramos que mais empregam estão Imagem Pessoal, Saúde (Enfermagem) e Informática.
Segundo o Senac, os coordenadores abrem seus cursos, dentre outros fatores, conforme demanda do mercado.