Está chegando a Conferência do Clima da ONU, a COP28, que será realizada neste ano na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro. O evento será um espaço global de debate sobre a emergência climática e a Coalizão Vozes do Tocantins contará com três representantes, que levarão demandas de milhares de tocantinenses, sendo a principal: a proteção do Cerrado.
Os representantes devem destacar a urgência da proteção do bioma Cerrado, o segundo maior do Brasil, mas que conta apenas com cerca de 8% de sua extensão protegida por Unidades de Conservação. O Tocantins conta com mais de 90% do seu território no bioma, que tem apresentado uma sequência de recordes em dados de desmatamento no ano de 2023.
Como jovem negro tocantinense, Olavo Lisboa, representante da juventude da Coalizão, pretende levar a perspectiva das vozes do Tocantins que se originaram e cresceram no Cerrado, ressaltando sua importância vital e reconhecendo as adversidades iminentes caso o desmatamento e outras atividades prejudiciais persistam. Olavo aponta ainda que os impactos recairão de maneira mais acentuada sobre jovens negros, quilombolas, indígenas e ribeirinhos, provenientes de comunidades mais vulneráveis, acentuando o racismo ambiental. “A defesa do Cerrado é, em última instância, uma luta pela preservação da vida de todos”, declara.
Pela proteção do Cerrado
O Cerrado, muitas vezes denominado “berço das águas” devido à sua contribuição para importantes bacias hidrográficas, enfrenta ameaças crescentes com o aumento do desmatamento. Ao abordar as peculiaridades e desafios específicos enfrentados pelo Cerrado, os representantes esperam sensibilizar sobre a importância crítica desse bioma para a estabilidade ambiental, sobretudo como portal da Amazônia, salientando a relação de dependência entre os biomas.
Conheça a delegação
Olavo Lisboa dos Santos (22), é natural de São Valério/TO, estudante de Pedagogia e estagiário dos Laboratórios de Ciências e Biologia na Universidade Federal do Tocantins (UFT) – Campus Arraias. Formado em Comunicação e Justiça Climática pela Coalizão Vozes do Tocantins. Militante do Movimento Negro, Estudantil e Ambiental e membro do Coletivo Nacional da Juventude Negra no Tocantins (Enegrecer), no qual trabalha questões climáticas com foco no combate ao Racismo Ambiental. Membro do grupo Olhares Quilombolas e Coordenador do Clube de Leitura Negra. Pesquisador das áreas étnico racial, educação ambiental, educação do campo e infâncias. Representante da juventude da Coalizão Vozes do Tocantins na COP28. Recebe apoio da Coalizão por meio do ISPN.
Sarah Tamioso Mesquita (26), é natural de Palmas/TO e Jornalista pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), além de colaboradora da Kiw Assessoria de Comunicação desde 2018, com atuação em planejamento estratégico, assessoria de imprensa e gestão de redes sociais. Certificada em Introdução às Mudanças Climáticas pela ONU e Jornalismo e Território pela Énois. Experiência internacional como bolsista Santander Ibero-americanas na Universidade da Beira Interior, Covilhã/PT, 2019. Recebe apoio da Coalizão por meio da Associação Onça D’Água e do ISPN.
Sarah Mary Pires de Souza (30), é natural de Anápolis/GO e Jornalista pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Empreendedora e gestora da Kiw Assessoria de Comunicação e do portal de notícias Tocantins Rural. Apresentadora de TV no programa Tocantins Rural no SBT Tocantins. Formada no Programa Empretec, da ONU, no curso de agente jurídico popular pela Fundação Konrad Adenauer e multiplicadora do Programa Ela Pode no Tocantins, pela Rede Mulher Empreendedora, com apoio do Google. Fez parte também dos movimentos Pastoral da Juventude Rural e Comissão Pastoral da Terra em Juarina/TO. Recebe apoio da Coalizão por meio da Associação Onça D’Água, além de contar com apoio da TV Norte Tocantins (afiliada SBT).
COP28
A Conferência das Partes (COP – Conference of the Parties) é o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, adotada em 1992. É uma associação de todos os países membros da Convenção, que, após sua ratificação em 1994, passaram a se reunir anualmente, por um período de duas semanas, para avaliar a situação das mudanças climáticas no planeta e propor mecanismos a fim de garantir a efetividade da Convenção.
Com a divulgação do novo relatório do IPCC, em março de 2023, nunca houve tantas informações sobre a emergência climática. A COP28 proporcionará uma oportunidade crucial para que vozes locais sejam ouvidas e para que seja planejada uma transição climática justa, levando em consideração a capacidade das comunidades mais vulneráveis.
Fonte- Ascom Coalizão Vozes do Tocantins