
O Tocantins vive uma fase decisiva de reacomodação política após o afastamento do governador Wanderley Barbosa. O novo cenário abriu espaço para que deputados, antes mais cautelosos, começassem enfim a declarar de que lado estão e como pretendem se posicionar. Alguns já se movimentam claramente em defesa do governo Laurez Moreira — a ponto de contestarem até mesmo a nomenclatura “governo em exercício”.
É um momento que exige cautela, leitura precisa do tabuleiro e posicionamentos transparentes diante dos grupos políticos que se formam após a decisão do Supremo, que redesenhou as forças no Estado. Agora, cada líder político é chamado a mostrar o que pensa e como atuará diante das demandas e urgências do Tocantins.
Importante reforçar que a disputa instalada não é apenas pela formação de grupos ou pela ocupação de espaços políticos. Ela envolve também inteligência política e o domínio das narrativas especialmente no que diz respeito ao uso de dados, indicadores e interpretações sobre ações de governo. Em um ambiente de reposicionamento, quem controla as narrativas e sustenta suas falas com base sólida passa a ter vantagem estratégica.
Vale lembrar ainda que divergências e disputas sobre posicionamentos são parte do jogo político e não têm relação com o trabalho da imprensa, embora alguns, equivocadamente, confundam os papéis. A insistência de alguns em confundir crítica política com ataque pessoal ou linha editorial com disputa partidária revela mais sobre sua fragilidade do que sobre a realidade dos fatos. Não existe apenas um grupo no Estado: pautar todos é importante para se saber as posições e até o que é óbvio precisa ser dito: a culpa dos posicionamentos não é da imprensa!
O que se exige agora é que cada agente público apresente seu trabalho, deixe claro como pretende atuar no Legislativo e no debate político e assuma seu lugar neste novo momento.
O momento exige que cada político pare de se esconder atrás de discursos genéricos, apresente seu trabalho e assuma, sem subterfúgios, qual será sua atuação no Parlamento e no debate público. O Tocantins enfrenta urgências reais e elas não podem ser sufocadas por disputas menores ou por estratégias de ambiguidade.
Enquanto isso, os grupos de situação e oposição começam a se reorganizar, já mirando o cenário de 2026, que deve ser profundamente impactado pelas escolhas feitas agora.