
O dólar saltou nesta quinta-feira, voltando a se aproximar do patamar de 3,30 reais, diante da avaliação de que o governo do presidente Michel Temer tem poucas chances de aprovar a reforma da Previdência em breve devido à dificuldade de conquistar apoio político.
O dólar avançou 1,73 por cento, a 3,2865 reais na venda, maior ganho desde 18 de maio passado (+8,15 por cento), quando o mercado reagiu à delação de executivos do grupo JBS que atingiram em cheio Temer.
Na máxima da sessão, a moeda norte-americana foi a 3,3194 reais, e o movimento de agora foi mais do que suficiente para anular a queda acumulada de 1,26 por cento nos quatro pregões anteriores.
O dólar futuro subia cerca de 1,60 por cento no final da tarde.
“A situação volta a complicar. Vamos ter que conviver com mais uma sessão de informações desencontradas, o que agrega volatilidade aos mercados”, afirmou o economista-chefe da corretora Modalmais, Alvaro Bandeira.
O nervosismo do mercado veio com os sinais mais claros de que Temer não está conseguindo apoio político para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados ainda neste ano. Uma liderança governista disse à Reuters nesta tarde que as chances de votar a matéria estão menores por causa de resistências de partidos aliados como o PRB, PR e PSD.
A dificuldade do governo de conseguir apoio à reforma –considerada essencial para o ajuste das contas públicas– fez o dólar mudar de patamar já em outubro passado, quando chegou a ser negociado no nível de 3,15 reais, mas foi próximo a 3,30 reais.
