
Um suposto esquema de falsificação de documentos e superfaturamento no fornecimento de refeições a unidades prisionais do Tocantins está sendo investigado após denúncia apresentada pelo ex-diretor da unidade penal de Miracema, Gutembergi Bento Gomes. O caso envolve o uso indevido de sua assinatura e a inclusão de marmitas inexistentes em planilhas de prestação de contas.
Gutembergi dirigiu a unidade de Miracema entre novembro de 2018 e abril de 2024 e afirma que só tomou conhecimento da fraude após deixar o cargo. “Descobri uma planilha de alimentação falsa com minha assinatura, vinculada à unidade penal de Miranorte, onde nunca atuei”, relatou.
Segundo ele, o documento adulterado, datado de 1º de agosto de 2025, apresenta carimbo e assinatura que não poderiam ser de sua autoria, já que o carimbo oficial havia sido devolvido em abril.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, a fraude teria sido descoberta em 6 de setembro. A planilha referente à unidade feminina de Miranorte indica consumo de 135 marmitas em um único dia — número quase quatro vezes maior que a média de 35 refeições.
“Além da falsificação da minha assinatura, acrescentaram 100 marmitas a mais. Pedi a suspensão do pagamento e formalizei a denúncia”, afirmou Gutembergi, que apresentou as planilhas originais de Miracema e Miranorte para comprovar a inconsistência.
Investigações em andamento
O ex-diretor já acionou a Ouvidoria da Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) e a Polícia Civil, pedindo investigação sobre os responsáveis pela falsificação e eventual prejuízo aos cofres públicos.
O outro lado
A Gazeta solicitou posicionamento oficial da gestão a aguarda resposta. O espaço segue aberto.


