EXCLUSIVO! O que diz Laurez sobre a influência dos Abreus na sua gestão, o uso de aviões, o vai e vem de nomeações e a polêmica sobre falas de secretário

Em entrevista exclusiva à Gazeta do Cerrado, o governador em exercício Laurez Moreira (PSD) falou sobre temas que têm gerado debate em seus primeiros 30 dias de governo desde a suposta influência política dos Abreus, o uso de aviões oficiais, as constantes trocas no primeiro escalão, até a repercussão envolvendo falas de auxiliares.

O governador reafirmou que sua gestão é “aberta ao diálogo” e negou qualquer ingerência direta de grupos políticos no comando do Estado.

“A influência de todo cidadão brasileiro é bem-vinda. O único que tem me acompanhado com mandato hoje é o senador Irajá, que tem me ajudado a buscar recursos junto aos ministérios — e isso é fundamental. O governo está aberto para todo cidadão, todo político, todo candidato que queira contribuir. Eu não discrimino ninguém”, afirmou.

Segundo Laurez, seu foco tem sido o equilíbrio fiscal e o corte de gastos públicos. Ele disse ter orientado todos os secretários a reavaliar contratos e destacou que o objetivo é reduzir drasticamente o custeio da máquina pública.

“O Estado vinha gastando mal, com custeio altíssimo. A meta é sair dos atuais 30% a 32% de despesas com custeio e chegar a 20%. Todo gestor que quer fazer uma boa administração precisa cuidar do custo, para que sobrem recursos para investir”, pontuou.

Situação fiscal e herança de gastos

O governador também comentou o relatório fiscal divulgado recentemente pelo Estado e rechaçou a ideia de que os números positivos se devem à gestão anterior.

“O Tocantins hoje não está numa situação boa. Se não tivéssemos tomado medidas imediatas, a previsão era de déficit de R$ 380 milhões até o final do ano. Então, é uma situação que exige seriedade e controle”, afirmou.

Nomeações, exonerações e ajustes no governo

Questionado sobre o vai e vem de exonerações e nomeações em secretarias e autarquias, algumas delas revertidas poucos dias depois, Laurez explicou que a transição exigiu ajustes e prudência diante das denúncias que atingem o governo anterior.

“Assumimos com uma equipe que vinha de uma gestão sob várias acusações. É evidente que é preciso cuidado. Estamos montando uma equipe nova, com compromisso real com o desenvolvimento do Estado. Mas muitas pessoas que estavam antes são competentes e estão sendo mantidas”, disse.

Sobre a decisão de refazer parte do secretariado após exonerações iniciais, o governador foi direto:

“Política! É natural que ajustes aconteçam. Estamos avaliando com responsabilidade e sem discriminar ninguém. O importante é que o governo tenha nova mentalidade e seriedade”, declarou.

Secretário da Administração e polêmicas

Laurez também respondeu às críticas envolvendo a nomeação do secretário da Administração, Marcos Duarte, que enfrenta repercussões por supostas falas racistas e homofóbicas em anos anteriores.

“O meu governo é democrático, sempre respeitou as minorias. O Marcos é um bom gestor, foi um bom presidente da Câmara, e todos que assumem cargos no meu governo sabem o que penso. No meu governo não existe esse tipo de comportamento”, garantiu.

Laurez avaliou como “tranquila” a relação com a Assembleia Legislativa, ressaltando respeito entre os Poderes. Ele também comentou sobre a interlocução com a bancada federal, que ainda não teve reunião formal com o governo interino.

“Tenho bom relacionamento com todos os senadores e deputados. Pedi audiência com a bancada, mas não foi possível naquela ida a Brasília. Em breve teremos. Eu respeito todos, sem distinção. Não há um cidadão tocantinense que eu não estenda a mão”, concluiu.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins