
O governador em exercício, Laurez Moreira, entrou evidentemente em uma nova fase de exposição pública e calibragem discursiva. Nos últimos dias, suas aparições têm seguido um roteiro mais estratégico, combinando gesto político, proximidade afetiva e mensagens cuidadosamente moduladas.
Durante a sanção do PCCR da Educação, nesta semana, Laurez deixou claro que pretende ser visto e percebido. Ao descer do palco para falar de perto com as centenas de educadores presentes, ele rompeu com a liturgia mais rígida do cargo e investiu na construção de uma imagem de autoridade acessível , um aceno simbólico e que mostra que está atento a quem sustenta a política pública na ponta.
Essa mesma lógica aparece no discurso. Laurez passou a incluir de forma sistemática trechos de sua trajetória pessoal, buscando imprimir emoção, identificação e sentido de pertencimento. É um recurso clássico de construção de narrativa, usado por quem precisa fortalecer vínculos num período de transição ou afirmação política.
Outro ponto que se destaca é a aproximação cada vez mais explícita com seus aliados. A presença lateral, os cochichos de bastidor, as menções elogiosas: tudo visa reforçar uma mensagem de que há coesão interna e que ele lidera um bloco que se movimenta junto. Para um governo que ainda precisa demonstrar estabilidade estratégica, esse tipo de sinalização é vista como elemento importante.
Mas talvez o movimento mais novo esteja nos enfrentamentos públicos. Laurez iniciou comparações diretas com a gestão anterior, sobretudo no campo dos custos e despesas, uma narrativa que busca contrastar eficiência, responsabilidade e ruptura com práticas anteriores. Ao defender seus projetos e antecipar iniciativas da sua gestão, tenta consolidar a ideia de que tem um plano próprio e não atua apenas em substituição.
Os desafios continuam grandes e visíveis. O governo se movimenta claramente para provar capacidade de execução e entregar resultados concretos em áreas sensíveis. Laurez tem reforçado sua presença e adotado um discurso mais calculado, mirando tanto a imagem institucional quanto os impactos políticos de cada gesto.
O movimento agora é estratégico. Vamos acompanhar os próximos passos.