Lula diz que eleição de 2026 será “a era da verdade” e afirma que “mentira não pode voltar a governar o Brasil” durante inauguração da ponte

Durante a inauguração da ponte entre Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA) nesta terça-feira, 18, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso marcado por críticas a adversários políticos, defesa da democracia e recado direto para as eleições de 2026. Aos 80 anos, completados no dia 27 de outubro, Lula afirmou que continua “motivado” e que o país não permitirá o retorno de governos que, segundo ele, “governaram com mentiras”.

O presidente iniciou destacando que obras públicas são “a marca concreta de qualquer governo”, e que pequenas entregas, como postos de saúde, pavimentação e serviços essenciais, são o que traz “satisfação e gratidão” a quem administra.

“Toda vez que a gente governa, o que fica é a obra que a gente consegue fazer. Colocar um posto, pavimentar uma rua, levar saúde para uma cidade, isso é o que dá prazer e gratidão”, disse.

Ao mencionar Laurez, Lula soltou a frase que rapidamente ganhou leitura política entre os presentes: “É a primeira vez que eu estou no estado em que o cara vai ser candidato fazendo o L.”

Em seguida, ampliou a brincadeira associando o gesto a Laurez e a si mesmo: “Se for generoso, vai fazer dois L: o de Laurez e o de Lula.”

Em tom descontraído, Lula citou os 80 anos recém-completados e afirmou que não se considera velho: “Dizem que o Lula está velho. Eles não sabem de uma coisa: o fato da terra girar não significa que você envelhece. O que é novo em mim é a minha motivação, a causa que tenho por este país.”

Ele também destacou ser o único presidente da história eleito três vezes pelo voto direto.

Críticas à desinformação

Lula atacou a disseminação de fake news e disse que a próxima disputa eleitoral será pautada em comparações diretas entre governos: “Vai começar a era da verdade. Chega de mentira lacrada. Nada de chororô. Nós vamos comparar: na educação, na saúde, no transporte, nos direitos humanos, no comércio exterior. O que eles fizeram e o que nós fizemos.”

O presidente também criticou o que chamou de “políticos que passam o dia inteiro com celular na cara contando mentira”.

“Aquelas tranqueiras não voltarão a governar o país”

Em um dos trechos mais contundentes, Lula disse que grupos políticos que governaram o Brasil nos últimos anos não retornarão ao poder: “Aquelas tranqueiras que governaram este país não voltarão a governar. As eleições serão limpas, democráticas. Discuta quem quiser, ganha quem pode, e depois respeita o resultado”.

O presidente também afirmou que, ao final de seu mandato, o país estará melhor do que o encontrou: “Vamos entregar o Brasil com inflação mais baixa, juros mais baixos, salário mais alto e o povo mais feliz.”

Soberania nacional e formação educacional

O presidente reforçou que o Brasil deve manter autonomia em relação a outros países: “Nós decidimos o que vamos fazer. Nem russo, nem chinês, nem americano, nem francês vão dizer o que fazer.”

Lula anunciou ainda a criação de duas universidades ligadas à formação indígena e ao desenvolvimento estratégico: “Vou anunciar uma universidade dos povos indígenas e uma universidade de luz forte para qualificar o povo brasileiro.”

Ao final, encerrou com referência à mãe e ao valor da educação e caráter: “Sou filho de uma mulher analfabeta que me deu o que não se compra em mercado: caráter e dignidade.”