Carlos Eduardo Velozo  - Foto: Edu Fortes/Prefeitura de Palmas
Carlos Eduardo Velozo - Foto: Edu Fortes/Prefeitura de Palmas

Após a revogação da prisão preventiva e do afastamento do prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o pastor Carlos Eduardo Velozo (Agir) reassumiu o cargo de vice-prefeito de Palmas nesta sexta-feira, 18. Em entrevista à imprensa, ele fez um balanço do período em que esteve à frente da gestão municipal e reforçou que não há crise ou ruptura na administração da capital.

“Acredito que a relação com Eduardo Siqueira será mantida da mesma forma que tínhamos. Não vi nenhum problema nas decisões que precisei tomar. Seja por um dia ou dez à frente da prefeitura, tomaria as mesmas decisões pensando naquilo que Palmas precisa e merece”, afirmou Velozo, que permaneceu interinamente como prefeito entre 27 de junho e 17 de julho.

Durante os 20 dias em que esteve no comando do Executivo, Carlos Velozo promoveu pelo menos nove exonerações no primeiro escalão, incluindo secretários, presidentes de órgãos e o procurador-geral do município, substituindo os cargos por aliados políticos e nomes técnicos. Apesar das mudanças, ele declarou que todas foram feitas com base em critérios administrativos.

“É legítimo qualquer gestor fazer mudanças. Vejo isso com naturalidade. Ele [Eduardo Siqueira] tem autoridade para retomar o secretariado de sua confiança. Isso é comum na vida pública”, declarou.

Questionado sobre a repercussão das exonerações, Velozo justificou: “Percebi que havia secretários com dificuldade de compreender que trabalhávamos por Palmas, não por um grupo específico. Por isso tomei minhas decisões. E tomaria todas elas novamente. Sempre pensei no melhor para a cidade, pois fui eleito com voto popular e levo essa responsabilidade com seriedade.”

Carlos Velozo garantiu que não há animosidade entre ele e Eduardo Siqueira, apesar das trocas feitas durante o período de interinidade. “Estou à disposição e pronto para trabalhar. Não vejo problema algum na relação, a não ser que haja da parte do prefeito. Da minha parte, sigo tranquilo”, reforçou.

Sobre o retorno de Eduardo ao cargo, Velozo afirmou que não foi surpreendido: “A decisão do dia 27 me pegou de surpresa. Essa [da revogação da prisão], não. Desde o início sabia que poderia acontecer a qualquer momento. O STF decidiu, e decisão judicial a gente cumpre. Ontem mesmo, assim que soube, já me preparei para voltar ao gabinete como vice. Palmas é muito maior do que essas disputas.”

Decisão do STF e retorno de Eduardo

Eduardo Siqueira foi preso no dia 27 de junho durante nova fase da Operação Sisamnes e chegou a cumprir prisão domiciliar após sofrer um infarto dentro do Quartel do Comando Geral (QCG). Nesta quinta-feira (17), o ministro Cristiano Zanin, relator do caso no STF, revogou a prisão e o afastamento do cargo, permitindo o retorno às funções como prefeito.

Na decisão, o ministro acatou os argumentos da defesa, que sustentou que a investigação não tem ligação com o exercício do cargo. Também destacou que a presença de Eduardo na prefeitura é necessária para os deslocamentos exigidos pela função. Como condição, o ministro manteve medidas cautelares, como a proibição de sair do país e de manter contato com outros investigados. O passaporte do prefeito segue retido.

A decisão não se estende aos outros dois presos na operação: o advogado Antônio Ianowich Filho e o policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz.

Ainda nesta sexta-feira, está prevista a publicação de uma edição extra do Diário Oficial do Município com as primeiras nomeações feitas por Eduardo Siqueira, que prometeu fazer “justiça aos seus companheiros” exonerados na gestão interina de Velozo.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins