Um vigilante de 35 anos, identificado como Dhemis Augusto Santos, morreu após ser baleado dentro de um shopping localizado na quadra 203 Sul, em Palmas. Segundo a Polícia Militar, o crime aconteceu depois de uma discussão sobre estacionamento irregular e foi registrado por câmeras de segurança.
De acordo com relatos, o vigilante orientou o motorista de um carro de luxo para retirar o veículo de um local proibido, na noite deste sábado (29). Após a orientação, o condutor sacou uma arma e atirou contra a vítima, atingindo a região abdominal.
Dhemis foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Hospital Geral de Palmas (HGP), mas não resistiu aos ferimentos. Após o disparo, o suspeito fugiu.
O caso gera forte repercussão popular e vários posicionamentos.
O Coletivo Somos se manifestou por nota e post nas redes sociais. “É revoltante. Dhemis Augusto
Santos, um trabalhador palmense, morreu porque um covarde armado decidiu que podia apertar um gatilho por causa de um estacionamento. Essa cultura do
“resolve na bala” virou doença no país. Armas na mão de gente despreparada têm transformado divergências em execução.
Dhemis tinha família, tinha rotina, tinha planos e tudo isso foi arrancado num segundo, por puro ego armado.
Toda solidariedade a família e aos amigos que agora enfrentam uma dor que não tem nome. Não era pra ser assim. Não é normal perder alguém por um motivo tão absurdo. Não podemos naturalizar esse tipo de crime.
E não dá pra fingir que isso é caso isolado. É resultado direto do projeto de país que armou a população e chamou violência de “liberdade”. Arma na cintura não faz ninguém mais cidadão. Faz assassino achar que tem autorização pra matar. Queremos o assassino preso e responsabilizado. Tbm defendemos o fim dessa política criminosa que transforma desentendimento em sentença de morte. Palmas merece paz”, disse.
Amastha também
O vereador licenciado e atual secretário de Indústria e Comércio, Carlos Amastha também se manifestou em vídeo. “O vigilante Dhemis Augusto Santos, homem negro, trabalhador, foi assassinado aqui em Palmas por simplesmente cumprir seu dever.
O agressor sacou a arma, atirou à queima-roupa e ainda o ameaçou enquanto ele agonizava.
Isso vai além da violência.
É racismo estrutural.
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É a ideia de que a vida do homem trabalhador vale menos.
Como cidadão, colocarei advogados à disposição para acompanhar a acusação, buscando a máxima reparação financeira à família e um castigo exemplar para esse criminoso.Não podemos naturalizar isso.
Para Dhemis, justiça. Que esse caso nunca seja esquecido”, afirmou.
PT também se manifesta
A Secretaria Estadual de Direitos Humanos do PT divulgou nota assinada pela advogada Laena Brito.
Veja a íntegra da nota:
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DO PT TOCANTINS
NOTA DE REPÚDIO
O Setorial de Direitos Humanos do PT Tocantins manifesta profundo repúdio ao assassinato do vigilante Dhemis Augusto Santos, morto após alertar um motorista sobre estacionamento irregular em uma galeria de Palmas, Tocantins, no dia 29 de novembro de 2025.
O crime revela, mais uma vez, como a banalização da violência e o fácil acesso às armas, estimulados nos últimos anos por discursos irresponsáveis, têm potencializado tragédias que poderiam ser evitadas. Quando a sociedade é incentivada a resolver conflitos cotidianos “na bala”, situações simples passam a terminar em morte, e trabalhadores como Dhemis tornam-se vítimas dessa cultura de ódio e armamento.
Expressamos nossa solidariedade à família e aos amigos de Dhemis, e exigimos das autoridades a devida punição do autor, bem como ações que assegurem melhores condições de trabalho e proteção aos vigilantes e demais profissionais de segurança.
Reafirmamos nosso compromisso com a defesa da vida, da paz social e dos direitos humanos, bem como com o enfrentamento à política de armamento e violência defendida por setores extremistas que ameaçam a convivência democrática.
Tocantins, 30 de novembro de 2025.
Laena Brito
Secretária de Direitos Humanos do PT Tocantins
