
Reportagem Gazeta do Cerrado
Em coletiva de imprensa realizada na noite desta quinta-feira , 17, no Orquidário de Palmas, o prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) reassumiu oficialmente o comando da capital tocantinense. A volta ocorre após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu os efeitos de seu afastamento. Recuperando-se de uma angioplastia, Eduardo falou sentado, acompanhado de aliados, secretários e familiares.
Durante seu pronunciamento, o prefeito fez reflexões pessoais, defendeu sua gestão e comentou as mudanças feitas pelo prefeito interino, Carlos Eduardo Velozo (Agir), durante os 20 dias de sua ausência.
“Eu vou repetir: aqui, neste recinto, eu estou andando há mais de seis, sete anos. São tantas coisas em andamento, mas eu permito, perante Deus, dizer que vocês saberão com toda certeza o desfecho deste processo. Muitos me perguntam em tempo real. Eu jamais acusarei ninguém para ser responsável por algo que nem as autoridades têm oportunidade de saber”, afirmou, referindo-se ao processo que levou ao seu afastamento.
Ao comentar sobre a saúde, foi enfático: “Seja forte. É isso que estou repetindo. Eu consegui ser forte. Poder estar aqui, trabalhar. Comecei de novo. E com todo o respeito, reafirmo minha gratidão ao Judiciário brasileiro, à Defensoria, à Justiça do Estado, ao Ministério Público e aos que acreditaram na minha conduta.”
Mudanças na gestão interina
Eduardo criticou a maneira como as exonerações foram feitas durante a gestão interina. Ele garantiu que as trocas feitas pelo prefeito interino Carlos Velozo serão revistas, e que fará pessoalmente ligações para os exonerados.
“A Secretaria Municipal da capital do Tocantins não pode ser debatida no Diário Oficial sem que o chefe do Executivo seja consultado. Eu vou ligar para cada um dos que serão desligados na edição extra do Diário Oficial. E hoje mesmo nomearei todos os que integram a lei”, pontuou.
O prefeito também destacou que não tomará atitudes precipitadas e reforçou que “nenhum daqueles que saírem será surpreendido”.
“Se um dia você recebeu uma nomeação com dignidade, é preciso que também receba o desligamento com respeito. Isso é algo que eu guardo em mim. Sou soldado da liturgia, da seriedade. Sempre fui elogiado não só pelas palavras, mas pelas ações.”
Defesa da trajetória e crítica à desinformação
Eduardo também rebateu ataques que disse estar sofrendo por parte de veículos e críticos anônimos.
“Colocar em dúvida a mão de profissionais sérios, levar à opinião pública fakes ao invés de fatos, não passará sem resposta. O tratamento será dado conforme a legislação. Eu jamais acessei a vida de qualquer profissional, mesmo em período eleitoral. Mas alguns parecem ter esquecido disso.”
“Quem apostou num curto espaço de tempo há de se lembrar que mesmo quando eu não precisava licenciar eu busquei dar honra. Nunca deixei sem um convite para uma solenidade, nunca deixei sem um nome numa placa. Não vou me apequenar!”, disse sem citar nome mas um recado claro a seu vice.
Família, fé e trajetória
Em momentos emocionados, o prefeito mencionou sua família como motivação para seguir na luta. Ele falou dos filhos e netos, citando nominalmente Gael, Samuel e a filha Carol.
“Hoje é por Gael, pelos meus filhos que moram comigo. Carol… que alegria tê-la aqui. Ela sabia que faltava isso para a paz, para eu estar totalmente feliz”, disse.
Eduardo ainda refletiu sobre a própria trajetória pública: “Não há um momento em que eu tenha me arrependido da caminhada. Eu entrei de coração. Errei? Talvez. Mas respeito todos os entes e legislações. E nada do que conheci manchou a minha vida. Ao contrário. Tenho serenidade para dizer isso. Não vim buscar revanche, vim buscar justiça”.
Eduardo disse ainda: “A frase agora é: Juntos nós podemos. E só”. Na campanha era utilizada a frase “Juntos podemos Agir”