Robson Dante Gonzaga Santana foi condenado a mais de 18 anos de prisão — Foto: Reprodução
Robson Dante Gonzaga Santana foi condenado a mais de 18 anos de prisão — Foto: Reprodução

O policial penal Robson Dante Gonzaga Santana foi condenado a 18 anos, dois meses e 21 dias de prisão em regime fechado pelo assassinato de Sione Pereira de Oliveira e Weliton Pereira Barbosa, além de tentativa de homicídio contra outro homem, em uma distribuidora de bebidas no Jardim Aureny III, região sul de Palmas. A sentença, proferida pelo Tribunal do Júri e assinada pela juíza Gisele Pereira de Assunção, da 1ª Vara Criminal de Palmas, determina ainda a perda do cargo público do condenado, concursado desde 2017 na Unidade Penal de Palmas.

O duplo homicídio ocorreu na madrugada de 15 de setembro de 2017. Sione e Weliton morreram no local após disparos efetuados pelo policial, que consumia bebidas alcoólicas no estabelecimento. Testemunhas relataram que Robson chegou dizendo ser policial, armado, e ameaçando que alguém morreria aquela noite. Uma moradora ouviu cinco tiros. O terceiro homem ficou ferido.

(Reprodução/TV Anhanguera)

Robson se apresentou na delegacia no mesmo dia, entregou a arma do crime e alegou legítima defesa, afirmando ter sido surpreendido com uma capacetada na nuca e agredido por várias pessoas, de costas para as vítimas, que ele disse não conhecer. A juíza destacou, porém, a ausência de elementos concretos sobre os motivos do ataque.

A decisão fixa indenizações de R$ 100 mil à família de Weliton, R$ 100 mil à de Sione e R$ 50 mil ao sobrevivente. A juíza justificou a perda do cargo: “Não se pode olvidar que a gravidade concreta do crime pelo qual foi condenado é flagrantemente incompatível com o exercício da nobre e valorosa função de policial penal”.

Sione era mãe de Laura Vitória Oliveira, desaparecida desde janeiro de 2016, após sair de um supermercado no Lago Sul com uma sacola. Imagens de câmeras mostram a menina entrando e saindo do local, mas ela nunca mais foi vista.

O que diz a defesa

A Defensoria Pública, que representa Robson, informou que não comenta decisões judiciais e reiterou o direito constitucional à ampla defesa. Segundo o Portal da Transparência, o policial recebeu salário em novembro, antes da sentença.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins