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A trajetória de Dorinha contra os filtros de sempre: ser mulher e ocupar poder político nacional 

Periodicamente, rankings políticos ganham espaço no debate público com a promessa de traduzir, em números e posições, o desempenho de parlamentares. Contudo, algumas classificações destoam de evidências amplamente reconhecidas. É o caso de uma suposta avaliação que chegou a citar a senadora Professora Dorinha como uma das “piores senadoras” um rótulo que, diante do conjunto real de sua atuação, não se sustenta.

Independentemente de preferências políticas, há fatos incontornáveis. Cabeça no Congresso, Dorinha figura entre os nomes mais técnicos e influentes do Congresso Nacional, integra a lista da Elite Parlamentar, desempenha liderança destacada na bancada feminina, preside uma comissão estratégica, relata pautas nacionais fortes e é reconhecida como uma das principais autoridades brasileiras em educação. Não por acaso, seu trabalho no novo Fundeb lhe rendeu o apelido de “mãe” de uma das legislações mais importantes das últimas décadas.

Diante disso, a discrepância entre a avaliação apresentada no ranking e a trajetória consolidada da senadora levanta questões pertinentes: quais critérios foram utilizados? Há equilíbrio entre metodologia e realidade factual? É legítimo questionar, de forma transparente, se o instrumento analítico está adequadamente calibrado para medir não apenas a presença física em plenário, mas também a qualidade legislativa, a liderança nacional e o impacto das ações realizadas fora dos holofotes do dia a dia do Congresso.

Há, ainda, um aspecto que não pode ser ignorado. No caso de mulheres em posições de poder, muitas vezes, conquistas amplamente reconhecidas parecem não bastar. A cobrança é maior, o crivo é mais rigoroso e, por vezes, consolida-se uma espécie de resistência em admitir o protagonismo feminino. Esse contexto torna ainda mais relevante o debate sobre avaliações públicas e seus efeitos simbólicos.

Outro ponto essencial: o reconhecimento ao trabalho de Dorinha ultrapassa a fronteira do Tocantins e, em muitos momentos, supera até os limites partidários. Adversários políticos já expressaram publicamente respeito à sua seriedade, à sua competência técnica e à contribuição que oferece ao país. Esses elementos são parte mensurável e observável de sua atuação parlamentar.

Por isso, qualquer ranking que a posicione na extremidade inferior de desempenho suscita, no mínimo, a necessidade de cautela e revisão. Avaliações públicas precisam refletir a complexidade real da atividade legislativa, sob pena de produzirem distorções que empobrecem o debate democrático.

A trajetória de Dorinha, construída com técnica, reconhecimento e responsabilidades crescentes, continua sendo medida nos espaços que ocupa, nas pautas que lidera e no orgulho que leva ao Tocantins em cada nova missão nacional. É esse conjunto de fatos, e não classificações destoantes, que sustenta sua posição no cenário político.

Rankings são instrumentos válidos, desde que comprometidos com a realidade. Quando se afastam dela, servem mais ao ruído do que ao esclarecimento.

Trajetórias não se apagam com rankings. Mas rankings, quando ignoram fatos, revelam muito sobre os filtros e os vieses de quem os produz.

Por essas e outras vale relembrar fala dita pela senadora há menos de uma semana durante discurso em evento da Codevasf: “Sou forte, sou determinada e quero respeito a todas as mulheres. Estudei,  tŕabalhei, tenho a minha história. Vamos discutir trabalho. Honro o meu trabalho. Não preciso de favor”.

Como senadora da República, gostem ou não, seu trabalho fala por si  em vários aspectos e sua liderança nacional feminina é consolidada. Qualquer outra interpretação fora deste contexto esbarra em vários outros elementos históricos que tentam limitar o reconhecimento ás histórias femininas.