A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) abriu debate sobre os altos índices de acidentes e óbitos no trabalho, registrados no Tocantins. Somente este ano, já foram registrados 17 óbitos de trabalhadores durante o exercício de suas profissões, que somam-se aos 222, dos últimos cinco anos. Além das mortes, o Estado teve mais de 24 mil notificações. 1.882 trabalhadores seguem com incapacidades parciais e 160 pessoas com limitações permanentes.
Os dados foram apresentados no evento intitulado “A importância dos meios de comunicação nos acidentes de trabalho no Tocantins”, realizado na terça-feira, 25, em Palmas, o qual contou com a participação do Sindicato de Jornalistas do Tocantins (Sindjor), Sindicatos dos Profissionais de Saúde do Tocantins (Sintras), Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (SEET), Associação dos Servidores da Secretaria Estadual de Administração (Assecad), Ministério Público do Trabalho, Superintendência Regional do Trabalho (MPT), Conselho Estadual de Saúde (CES/TO), Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/TO) e Centros de Referência em Saúde dos Trabalhadores (Cerest).
Para a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-TO, Perciliana Bezerra “a quantidade de óbitos e notificações é preocupante. São pessoas e famílias que estão sofrendo com algum problema de saúde e financeiro que poderiam ser evitados. Não é admissível um trabalhador perde a vida ou ficar incapacitado por um acidente evitável, temos normas regulamentadoras amplamente divulgadas para prevenção, necessitamos agora da conscientização da população para redução destes índices”, disse.
A jornalista e presidente do Sindjor, Alessandra Bacelar ressaltou a importância da comunicação e dos profissionais da área. “Sem uma comunicação assertiva não adianta todo um trabalho técnico bem feito. A comunicação muda paradigmas, comportamentos, ela é essencial, pois faz a transmissão de conhecimento que a população necessita. Este trabalho é árduo e necessita do apoio de todos. Os acidentes de trabalho são uma temática que preocupa e precisa ser debatida, nosso papel ético é mostrar que o problema existe e ajudar a buscar soluções”.
O coordenador de Comunicação do Cosems, Eduardo Azevedo levantou o papel estratégico da comunicação em todas as áreas. “A comunicação também é planejamento e um processo pedagógico. Necessitamos dar valor à notícia, traçar estratégias para que as informações sobre os acidentes de trabalho cheguem ao público interno e externo e assim, conseguir gerar uma consciência de que um determinado fato é prejudicial. Como ocorreu com os acidentes de trânsito, não foi da noite para o dia, é um processo contínuo e estratégico”, pontuou.
O superintendente Regional do Trabalho do Tocantins, Jalson Jácomo do Couto falou sobre o papel educativo de todos os envolvidos com a temática, tanto os veículos de comunicação, como os órgãos de controle, fiscalização e assistência. “Para se evitar um acidente necessitamos que todos estejam conscientes do seu papel, é muito relevante à disseminação deste conhecimento para a sociedade, para um processo pedagógico e educacional. Necessitamos mudar um processo cultural, da pessoa e das empresas. As causas dos acidentes de trabalho quando investigados são os mesmos, falta um cuidado, atenção e orientação. Essa questão da cultura preventiva de preparar o trabalhador e educar as empresas é relevante e surtiram efeito futuramente para melhoria destes índices”.