O motorista de caminhão Nilson Martins, 50 anos, é um dos usuários do Sistema Único de Saúde que teve conhecimento do tratamento realizado pelo Grupo de Apoio Terapêutico ao Tabagista aqui em Palmas.  Fumante há 36 anos, com problemas de saúde e com dificuldades no tratamento devido ao vício pelo cigarro, decidiu que era preciso tomar uma atitude e parar de fumar. Nilson relata que fumar também já estava o prejudicando no convívio social com outras pessoas.  “Já fumei bastante e fui diminuindo o número de cigarros. Estava fumando oito cigarros todos os dias. Sentia muito cansaço, não sentia o gosto direito dos alimentos e estava prejudicando o meu tratamento de saúde. Tive que arrancar forças para tentar parar de fumar”, conta comemorando mais de vinte dias sem o cigarro.

Nilson conta que a participação nos encontros do grupo tem ajudado bastante. “Em cada encontro compartilhamos nossas angústias, conflitos, alegrias e os desafios vencidos dia a dia. Damos apoio moral e psicológico uns aos outros. Com o grupo nos sentimos mais protegidos e temos mais motivação pra seguir com o nosso objetivo maior que é nunca mais voltar a fumar”, revela.

A dependência da nicotina, substância tóxica presente no tabaco provoca uma série de doenças graves e fatais, como vários tipos câncer e complicações cardiorrespiratórias, como explica a médica de Saúde da Família e Comunidade Andreia Zanom. “Essa dependência química causada pela nicotina do cigarro e outros produtos trazem risco à saúde. O tabagismo pode provocar também o desenvolvimento de outras complicações, como tuberculose, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose e catarata”, orienta a médica.

A coordenadora do Grupo e psicóloga Kathy Menten explica que o tratamento disponibilizado na rede de saúde consiste num acompanhamento multiprofissional durante três meses aos usuários do SUS que pretendem parar com o tabagismo. De acordo com a psicóloga atualmente quatro unidades de saúde desenvolvem o acompanhamento com os grupos de pacientes, sendo um na região Norte, dois na região Central e na região Sul. “Durante os encontros buscamos extrair dos pacientes suas experiências, ajudando nos aconselhamentos, fazemos intervenções cognitivas, treinamento de habilidades para lidar com ansiedade, estresse, solidão, ensinamos estratégias de mudança de hábitos e do tratamento medicamentoso”, pontua a psicóloga acrescentando também as terapias integrativas como auriculoterapia e acupuntura.

Para participar o usuário deve procurar seu Centro de Saúde da Comunidade de referência para agendar uma consulta de rotina com o médico, enfermeiro ou outro profissional da saúde para solicitar o encaminhamento para o tratamento no grupo. Feito assim, a unidade mais próxima onde os grupos são formados recebe esse encaminhamento e chama a pessoa para fazer uma primeira avaliação clínica, e posteriormente começa os encontros.

As reuniões dos grupos têm duração de três meses, com encontros semanais e depois quinzenais. Ao término deste período, as pessoas podem continuar em acompanhamento no chamado “grupo de manutenção”, que tem encontros mensais para quem ainda sentir necessidade de um apoio.

Kathy afirma que a maioria das pessoas que participa até o final do grupo de três meses consegue parar de fumar.

O tratamento completo disponível no SUS envolve métodos que vão desde o aconselhamento até o uso de medicamentos. O usuário do SUS terá acesso a informações, reuniões de apoio, consultas para acompanhamento da saúde e acompanhamento psicológico, se necessário.

Caso haja a indicação de apoio medicamentoso, está disponível a terapia de reposição de nicotina, goma de mascar, pastilha e cloridrato de bupropiona. O uso de medicamentos é um recurso adicional no tratamento e deve ser usado, se possível, juntamente com os serviços de apoio, embora eficazes se administradas separadamente. O uso desses medicamentos pode dobrar as chances de um fumante parar de fumar, mas só devem ser usados com acompanhamento profissional.

As informações sobre os locais de atendimento e horários disponíveis de tratamento podem ser encontradas nos Centros de Saúde da Comunidade.

Dados

Em 2018 mais que 120 pessoas participaram dos grupos. Em 2019 até o momento já são mais que 60 pessoas em acompanhamento.

Fonte: Ascom Semus Palmas

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