Com a proposta de aliar as forças de segurança à rotina da comunidade, promovendo ações que visam o estabelecimento da ordem e da segurança, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), por meio da Polícia Civil participou nesta quinta-feira,08, em Palmas, das programações do 2° Seminário Internacional de Polícia Comunitária do Estado do Tocantins.
Contando com parcerias da Polícia Militar e da SSP e com palestrantes do Japão, Chile e Brasil, o evento destinou capacitar e discutir a instigação das práticas e ações preventivas, além do estímulo a uma participação social consolidada numa gestão de parceria entre comunidade, forças de segurança pública e poder público municipal.
Durante a programação, o subsecretário de Segurança Pública do Tocantins, Wlademir Costa Oliveira mediou debates relacionados à atuação do efetivo policial na promoção da paz e da tranquilidade da sociedade tocantinense. “Buscamos estar próximos da comunidade para que ela nos auxilie na elucidação de investigações como também na repressão à criminalidade”, afirmou.
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A Polícia Comunitária é uma filosofia e uma estratégia organizacional que proporciona uma parceria entre a população e a polícia, baseada na premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas contemporâneos, como crimes, drogas, medos, desordens físicas, morais e até mesmo a decadência dos bairros, com o objetivo de melhorar a qualidade geral de vida na área.
No Tocantins, o Programa de Polícia Comunitária foi lançado em Palmas, em 19 de janeiro de 2001. Desde 2002, os trabalhos de polícia comunitária se expandiram no Estado, com a criação de bases comunitárias fixas e dos Conselhos Comunitários de Segurança em diversas cidades tocantinenses, com destaque para Araguaína, Palmas e Porto Nacional.
O Seminário Internacional de Segurança Pública surgiu após um Acordo de Cooperação Técnica em 2015 entre o Estado do Tocantins, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a Japan Internacional Cooperation Agency (Jica), propondo difundir e aplicar a experiência japonesa no policiamento comunitário tocantinense.
Polícia Militar
Em busca de estratégias eficazes de segurança pública no estado, com discussões sobre experiências em outros estados, inclusive em países como Japão e Chile, a Polícia Militar do Tocantins realizou o II Seminário Internacional de Polícia Comunitária no estado, que se encerrou na tarde desta quinta-feira, 08, no auditório do Palácio Araguaia, em Palmas. O evento aconteceu com a coordenação da Assessoria de Polícia Comunitária, através da PMTO e Secretaria de Segurança Pública.
A abertura oficial ocorreu na noite de quarta-feira, dia 7, trazendo discussões sobre: a Polícia de Proximidade, com a participação do coronel PMMG, Anderson de Oliveira, comandante da 1ª região da PMMG; sobre os Conselhos Comunitários de Segurança e os desafios da participação social na segurança pública – experiência em Santa Catarina, cuja apresentação foi feita pelo diretor de segurança cidadã da SSP-SC, coronel PMSC, Márcio Ferreira.
A mediação do debate entre os palestrantes foi realizada pelo Chefe do Estado Maior da PMTO, coronel Henrique de Souza Lima Júnior.
Para o comandante geral da PMTO, coronel Jaizon Veras Barbosa, a aproximação entre as Forças de Segurança e a comunidade para a troca de experiências, de produções comunitárias de prevenção, recepção de boas práticas em outros estados, e em países referências como Chile e Japão, é essencial a mobilização social e a capacitação contínua de profissionais da segurança pública, para traçar estratégias eficazes de prevenção e combate a criminalidade.
No segundo dia do evento, que iniciou na manhã desta quinta, 8, num sítio do km16, saída para Aparecida do Rio Negro, a programação foi voltada para cerca de 30 conselheiros comunitários de segurança e defesa social advindos de diversos municípios do Tocantins, que com a mediação do chefe da Assessoria de Comunicação Social da PMTO, capitão Gleidison Carvalho, participaram de uma roda viva sobre a função social dos conselheiros e membros natos. Em seguida, ocorreu o lançamento do edital do concurso para seleção da logomarca oficial dos CONSEGS Tocantins.
No período vespertino, no auditório do Palácio Araguaia, foram apresentadas duas palestras. A primeira realizada pelo secretário de segurança da embaixada japonesa no Brasil (JICA), Kenichi Suzuki, que tratou de práticas internacionais de Polícia Comunitária na prevenção criminal que, conforme as estatísticas, ao longo das décadas reduziram o número de detenções no país, devido à adoção de práticas preventivas e comunitárias de segurança. Há mais de 100 anos o país utiliza técnicas de Polícia Comunitária, sendo o pioneiro internacionalmente nesta prática preventiva, em que a estrutura policial é denominada Koban.
A experiência chilena foi o tema da segunda apresentação feita pelo chefe da 3ª Comissária em Santiago(Chile), major Gonzalo Rodrigo Urbinati Castro, que destacou os serviços de integração com a comunidade, baseado na confiança mútua, e a rotina de policiamento ostensivo e preventivo dos carabineiros (equivalente aos policiais militares), que têm gerado resultados positivos na redução da criminalidade em todo país, seja nas ações repressivas, preventivas ou sociais exercidas pelos policiais.
O capitão PMTO Thiago Monteiro, foram mediadores do painel CONSEGS Tocantins, que apresentou experiências tocantinenses de Polícia Comunitária, com a participação dos presidentes dos CONSEGS de Miracema, Porto Nacional e Tocantinópolis.
Segundo o capitão PMBA, Leandro Santana, que atua no Departamento de Polícia Comunitária em Salvador(BA), sua participação no seminário está sendo extremamente gratificante devido à troca de experiências. “As boas práticas apresentadas foram primorosas e contribuíram para a reflexão do público no tocante ao processo de fortalecimento do policiamento comunitário através de ações em parceria da polícia e comunidade”, disse. O participante destacou ainda o trabalho desenvolvido com os CONSEGS, ressaltando que a valorização da comunidade é condição ímpar para o estabelecimento de uma sociedade consciente da sua função social no que tange a segurança pública.