Abrigo do Jon possui pinturas rupestres e artefatos encontrados soterrados – Foto: Divulgação
Abrigo do Jon possui pinturas rupestres e artefatos encontrados soterrados – Foto: Divulgação

Um dos tesouros arqueológicos mais antigos do Tocantins pode, em breve, ganhar um novo papel como destino turístico e educacional. Localizado em Taquaruçu Grande, na zona rural de Palmas, o sítio arqueológico conhecido como Abrigo do Jon está sendo avaliado por gestores e pesquisadores para possível integração ao roteiro turístico oficial da capital.

Com pinturas rupestres e artefatos datados de até 8 mil anos, o local está inserido em uma faixa de cerca de 60 metros na Serra do Lajeado. Entre os registros milenares encontrados estão figuras humanas, animais, cenas de caça e elementos abstratos, além de vestígios orgânicos como carvões, sementes e pólen, que ajudam a contar a história das antigas ocupações humanas na região.

A presidente da Agência Municipal de Turismo (Agtur), Ana Paula Setti Nogueira, visitou o local no último domingo, 6, e destacou o potencial cultural e educativo da área. “Nosso objetivo é conhecer o espaço e avaliar a viabilidade de incluir o Abrigo do Jon no roteiro turístico da cidade, respeitando as diretrizes técnicas de preservação do patrimônio histórico”, afirmou.

Conservação e planejamento

O sítio arqueológico ainda não está aberto à visitação. Segundo o arqueólogo Rômulo Macedo, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o local exige medidas urgentes de conservação. “É fundamental um trabalho rigoroso de proteção. O abrigo sofre impactos tanto de causas naturais quanto de ações humanas, como pichações e vandalismo. Só depois disso será possível planejar a instalação de trilhas, sinalizações e estrutura adequada para visitas guiadas”, explicou.

Rota do Abraço

O Abrigo do Jon está situado dentro do trajeto conhecido como Rota do Abraço, circuito ecoturístico que conecta belezas naturais e atrativos históricos de Taquaruçu Grande. Para moradores e ativistas locais, como o engenheiro ambiental e entusiasta Ruy Bucar, a abertura controlada do sítio ao público seria um avanço tanto para o turismo quanto para a valorização do patrimônio histórico regional. “Esse é um lugar que guarda um capítulo do nosso passado. Com cuidado e planejamento, pode se tornar referência em educação patrimonial e turismo sustentável”, afirmou.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins