Nesta quinta-feira, 07, completa um ano da morte da líder feminina do Tocantins, Dona Raimunda Quebradeira de Coco. Ao longo de sua vida, a líder ganhou vários prêmios por sua luta como Quebradeira e era uma das principais lideranças do Brasil.
Raimunda Quebradeira de Coco era a síntese das vozes que não se calam diante das injustiças dos poderosos. Filha de lavradores do sertão maranhense, em suas rugas, ela carregava as marcas de uma mulher de luta. Mãe de sete filhos, sendo um adotado. Casada, descasada, casada novamente, aposentada.
Conheça mais sobre Dona Raimunda:
Dona Raimunda nasceu em Novo Jardim (MA), filha de agricultores, casou-se aos 18 anos, mas por viver um casamento difícil, largou o marido e criou o seis filhos sozinha. Assim, ela acabou chegando ao Bico do Papagaio, onde na época moravam 52 famílias.
Raimunda também foi umas das fundadoras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), criado em 1991, que atua no Pará, Maranhão, Piauí e Tocantins.
Ela foi responsável pela Secretaria da Mulher Trabalhadora Rural Extrativista do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) e umas das fundadoras da Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (Asmubip).
Atualmente, dona Raimunda vivia longe do ativismo, devido problemas de saúde, mas garante que outras mulheres estão a frente do movimento.
A ex-quebradeira de coco já quase não saia de casa, por isso é difícil o contato com outras quebradeiras e completou. “Eu só vejo elas quando vem aqui me visitar. Eu já não enxergo mais, é difícil sair de casa”.
Vencedora do prêmio Betha Luz, em 2003, concedido pelo Senado Federal, concedido a mulheres que tenham relevante contribuição na defesa dos direitos da mulher e questões de gênero no Brasil.
Dona Raimunda é aposentada e morava com o marido e o filho adotivo no Bico do Papagaio. Em uma entrevista, a líder afirmou ao Portal Gazeta do Cerrado, que estava completamente cega dos dois olhos, devido a catarata, além disso, ela também sofria de diabetes há oito anos.