Brener Nunes – Gazeta do Cerrado

Já imaginou o Tocantins a 220 milhões de anos atrás? Naquela época, o que poucas pessoas sabem, é que caiu um asteroide próximo ao município de Campos Lindos, e deu origem a uma cadeia de serras, chamada de Serra da Cangalha.

A cangalha é considerada a 2ª maior cratera de impacto do Brasil com cerca de 12km, e 400 metros de altura. Ela foi identificada pela primeira vez em 1973 por Robert S. Dietz. Conforme a NASA, esta é a cratera mais bem preservada do Brasil.

A TO-226, que dá acesso a Campos Lindos, passa dentro da cratera, que possui dois anéis de colinas. A rodovia passa dentro do primeiro anel.

Trecho da TO-226 passa dentro do 1º anel de colinas da cratera – Foto: Google Maps

A NASA diz que o status da Serra da Cangalha como cratera de impacto levou algum tempo para ser estabelecida. “Tal estrutura foi proposta pela primeira vez com base em vários fatores: sua forma circular, a ausência de carbonato ou camadas de sal em sedimentos próximos, o que sugeriria uma cúpula de sal, e o fato de nenhuma rocha vulcânica aparecer em um núcleo de perfuração da própria cratera. Sinais ainda mais definitivos de impacto apareceram na forma de cones quebrados – rochas ranhuradas em forma cônica, conhecidas apenas por aparecer em crateras de impacto. Blocos de madeira fóssil também foram encontrados na área de elevação central da cratera”.

Conforme o geólogo e professor da UFT, Fernando Morais, o local tem valor científico e cultural.

“Lá a gente chama de astroblema, que é uma cratera de impacto, que foi produzida pela queda de um meteoro e tem toda uma questão de valor científico, cultural também, essa questão geoconservação que tá muito em alta no Brasil e no Mundo hoje”, disse.

Foto – Google Imagens