Infecção custa R$ 215 bilhões aos serviços de saúde em todo o mundo. Em 2020, uma pessoa contraiu o vírus a cada segundo
Estimativas atualizadas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que uma em cada 5 pessoas entre 15 e 29 anos 50 anos têm herpes genital, o equivalente a 846 milhões de pessoas.
O relatório publicado na revista científica Sexually Transmitted Infections, baseado em dados de 2020, indica que a causa mais comum de úlceras genitais continua sendo o tipo 2 do vírus do herpes simples (HSV-2).
Também houve um aumento em pessoas que contraíram o vírus do tipo 1, mais associado à infecção oral, que causa feridas na boca.
A herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível (IST) e muitas pessoas que contraem o vírus nunca apresentam sintomas.
Após a infecção, porém, os sintomas podem aparecer em surtos pontuais ou episódios mais recorrentes. Em alguns casos pode ocorrer o desenvolvimento de úlcera genital, que geralmente aparece como pequenas bolhas, às vezes vermelhas, ao redor dos órgãos genitais.
Elas são diferentes das verrugas genitais, que geralmente aparecem como pequenas protuberâncias elevadas e são causadas pelo papilomavírus humano (HPV).
O que os novos dados mostram sobre as infecções por herpes?
Segundo o estudo, 25,6 milhões tiveram uma infecção por HSV-2 recém-adquirida em 2020 e 519,5 milhões já estavam infectadas. Outros 16,8 milhões tiveram uma infecção genital por HSV-1 naquele ano, somando-se aos 376,2 milhões que já tinham a doença.
Ao todo, foram 42 milhões de novos casos da doença em 2020, o equivalente a uma pessoa por segundo.
Riscos
Seja transmitida sexualmente ou por via oral, a herpes é uma doença com a qual as pessoas convivem durante toda a vida e não possui cura.
É por essas razões que encontrar uma vacina é importante, disse o pesquisador principal do relatório, Laith J. Abu Raddad, da Cornell University, EUA.
“É algo incômodo para muitas pessoas que vivem com úlceras sintomáticas que afetam seus relacionamentos sexuais, [e] impactam sua saúde mental”, disse ele.
Análises recentes estimam que o custo global para o tratamento do herpes genital em 2024 foi de 35 bilhões de dólares por ano (R$ 215 bilhões). Essa pressão sobre o sistema de saúde acontece principalmente nas Américas e nas regiões do Pacífico Ocidental.
A infecção sintomática pelo HSV-2 também está associada a um risco maior de transmissão do HIV. Embora a pesquisa sobre essa conexão ainda esteja em andamento, investigações anteriores identificaram que o risco de infecção por HIV triplicou entre as pessoas com herpes genital do tipo 2.
Abu Raddad aponta métodos que podem ajudar a reduzir a transmissão, como o uso de preservativos e remédios orais para reduzir a replicação viral. No entanto, confiar nessas medidas para reduzir a transmissão nem sempre é realista.
“Se desenvolvermos uma vacina, as pessoas vão tomar em uma idade jovem e ela as protegerá. Isso seria uma melhoria substancial na sociedade”, afirma.
(Fonte: Metrópoles)