Um em cada cinco jovens brasileiros fuma cigarro eletrônico, de acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O crescimento do número de usuários do famoso vape tem preocupado as autoridades. Como resposta ao aumento dos “vapings”, na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, decidiu manter a proibição da venda de cigarros eletrônicos no país.
Eles são coloridos, saborizados e com designer que busca atrair principalmente os jovens pela falsa sensação de que não são tão perigosos quanto os cigarros comuns. Mas na realidade, de acordo com o médico cardiologista Henrique Furtado, quando se fala, por exemplo, dos danos ao coração, os estudos têm comprovado o contrário. “Ainda há muito que avançar nas pesquisas sobre os efeitos do vape, mas tudo que a ciência tem até o momento não deixa dúvidas: esse cigarro pode ser pior que o convencional e as consequências aparecem até mais rápido”, explicou o médico.
Por vezes, a quantidade de nicotina presente no cigarro eletrônico chega a ser maior que a do cigarro tradicional. Com isso, o risco de eventos vasculares cresce. Os fumantes de vape também registram taxas mais altas de “colesterol ruim”, o LDL, e ainda apresentam redução da circulação do sangue mesmo após a prática de atividades físicas. Para o cardiologista, o vape pode trazer problemas a curto e longo prazo. “A pessoa tem maior chance de desenvolver coágulos, por exemplo, para o resto da vida. Então o melhor momento para abandonar esse hábito é sempre agora”, alertou Dr. Henrique.
Vale lembrar que não há nenhuma quantidade segura de tragadas ou de nicotina nos cigarros eletrônicos. Seguro mesmo é não fazer uso deles e, claro, muito menos de cigarros comuns. Mas se em algum momento você já se submeteu a isso, é sempre bom procurar um cardiologista e realizar um check-up para ter certeza de que está tudo bem.