Câmera de segurança externa registrara o momento em que Jorge Guaranho, apoiador deBolsonaro, discute com o tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, antes de matá-lo a tiros.
A vítima, de 50 anos, era guarda municipal e foi morta na própria festa de aniversário, no sábado (9), em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
As imagens da câmera de fora do salão onde ocorria a festa de Marcelo mostram que, após discutir com a vítima e sair do local, o policial penal federal Jorge Guaranho retornou atirando.
A esposa do tesoureiro tentou impedir os tiros, mas não conseguiu.
Guaranho se identifica em redes sociais como apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). A delegada Iane Cardoso, que apura o caso, disse que investiga se as motivações do crime envolveram conflito político entre os dois.
Os vídeos mostram o momento em que o policial penal chegou de carro e parou na porta da festa. Ele fez uma manobra e virou o carro. Marcelo e a esposa saíram e houve uma discussão.
Depois de alguns segundos, Jorge foi embora. Ele voltou ao local minutos depois no mesmo carro, desceu do veículo e atirou ainda do lado de fora.
O atirador, em seguida, entrou no salão de festas, onde disparou outros tiros contra Marcelo.
Tiros dentro do salão
Uma outra câmera, instalada dentro do salão onde ocorria a festa de aniversário, registrou o momento em que o tesoureiro do PT foi baleado.
Ao ser atingido por Guaranho, Marcelo Arruda, que estava armado, revidou. Nas imagens da câmera, Marcelo aparece caindo no chão do salão.
O atirador fez então outros disparos, conforme mostra o vídeo. Em seguida, uma mulher – que, segundo a polícia, seria a esposa de Marcelo – tentou impedir que o atirador continuasse e o empurrou.
Até a última atualização desta reportagem, não havia uma informação precisa sobre o estado de saúde de Guaranho, que foi baleado pelo tesoureiro do PT. A Polícia Civil chegou a informar que ele havia morrido, mas, mais tarde, voltou atrás e afirmou que ele está internado no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu.
O boletim de ocorrência informa que Guaranho chegou no local de carro e que no veículo estavam também uma mulher e um bebê.
Segundo o documento, ele desceu do carro, armado, gritando: “Aqui é Bolsonaro!”. De acordo com o boletim, o policial penal não era conhecido de ninguém na festa nem foi convidado.
O documento cita que o policial deixou o local, mas voltou cerca de vinte minutos depois, sozinho e armado. O boletim de ocorrência cita que Guaranho atirou duas vezes contra o guarda municipal, que revidou e baleou o policial penal.
O PT no Paraná lamentou a morte do tesoureiro e disse que presta assistência à família da vítima e que acompanhará todas as investigações.
“Um ataque contra a vida, um ataque contra a liberdade de expressão, um ataque contra a democracia”, disse o PT-PR.
O Partido dos Trabalhadores também se manifestou e, em nota, reconheceu neste domingo a atuação de Marcelo Arruda. Em 2020, o guarda municipal foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu pela sigla.
“Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em várias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário”, disse o partido.
fonte: G1