Você sabia que hoje, 25 de julho, é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha?
Data criada no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas em Santo Domingo, capital da República Dominicana, em 1991, onde mulheres negras discutiram sobre machismo, racismo e formas de combatê-los, uma vez que o movimento negro e o feminismo, em geral não atendiam (nem atendem) por completo as demandas e os anseios das mulheres negras.
Hoje, no Brasil, também comemoramos o Dia Nacional de Tereza de Benguela, quilombola aguerrida do Quilombo de Quariterê, localizado atualmente no Mato Grosso do Sul. Símbolo de liderança e força, pois Tereza de Benguela construiu e comandou um movimento de resistência à escravidão por duas décadas, lutando pela liberdade do seu povo.
Com essa data, entendemos a importância de demarcar as existências e resistências das mulheres negras; também trazer reflexão acerca das desigualdades gritantes que nos afetam.
Mulheres negras que se agarram aos legados de suas ancestrais e hoje, com suas variadas intersecções, demandas e especificidades, galgam condições contrárias às suas adversidades, associadamente almejam um projeto político de sociedade, livre desse sistema fincado em múltiplas opressões, sejam: patriarcais, colonialistas, LBTfóbicas, machistas e intolerantes.
Sendo essas mulheres negras a base da pirâmide, representando o segmento mais subalternizado na sociedade e em desvantagem no que diz respeito às políticas públicas no mercado de trabalho, educação, representação política, entre outros espaços e meios.
Mesmo diante dessas atrocidades, somos muitas, múltiplas, diversas, mas não dispersas!
E seguimos juntas existindo, resistindo e referenciando o legado de mulheres negras, tal como, cabe à nós visibilizarmos também as nossas conquistas; emancipações; e empoderamentos; frutos das nossas organizações coletivas e lutas ancestrais.
– Dandara Maria Barbosa, Jornalista, Ativista e Ciberativista do Movimento Negro e de Mulheres Negras.