O Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Atol Midway, perto do Havaí, recebe anualmente a visita de Wisdom, uma albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis) que tem pelo menos 68 anos de idade – e não para de chocar ovos. Segundo especialistas, a vida útil da espécie é, em média, de 50 anos. Por isso, ela é considerada a ave mais antiga viva conhecida do planeta.
Pelo menos desde 2006, Wisdom e seu companheiro Akeakamai voltam ao atol (pequena ilha circular em formato de anel) anualmente para colocar um ovo.
Em 1936, o primeiro albatroz de Midway ganhou uma fita e um número. Até agora, 250 mil aves já foram registradas, permitindo que pesquisadores as acompanhassem. Vinte anos depois, em 1956, o ornitólogo Chandler Robbins juntou todas as informações em um documento.
Na época, Wisdom foi estimada com idade de seis anos, visto que ela havia retornado ao local como uma adulta – algo que esta espécie não faz até que tenha cinco anos e se mostre pronta para encontrar um parceiro. Isso faz com que a albatroz tenha pelo menos 68 anos atualmente.
Wisdom ficou praticamente sumida até a temporada de 2001/2002, quando Robbins a encontrou e a “etiquetou “novamente. Desde então, ela tem visitado Miday regularmente. De acordo com o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (USFWS), é incomum que um albatroz retorne e ponha um ovo todos os anos, mas Wisdom – cujo nome significa “sabedoria” em inglês – não é uma regra.
“O albatroz volta em outubro para encontrar seu companheiro e vai passar aproximadamente sete meses no Midway para chocar e criar seus filhotes. Albatrozes põem um único ovo e ambos os pais se revezam incubando-o por pouco mais de dois meses”, explicou um post do blog do USFWS. “Após o nascimento dos pintinhos, outros cinco a seis meses se passarão antes dos pais deixarem a ilha para voar para o mar. Esse processo consome tanto tempo e energia que a maioria dos albatrozes-de-laysan não botam ovos todos os anos ”
Os cientistas estimam que Wisdom já tenha chocado entre 31 e 36 ovos que resultaram em filhotes com Akeakamai e parece que ela não tem interesse em parar. “Como o albatroz-de-laysan não põe ovos todos os anos e quando o fazem, eles criam apenas um de cada vez, a contribuição de apenas uma ave para a população faz diferença”, disse Bob Peyton, líder do USFWS no Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Atol Midway.
Com mudanças climáticas, extinções em massa e, geralmente, más notícias para o meio ambiente, é bom ter Wisdom trazendo esperança anualmente. “Ela é incrivelmente poderosa como um símbolo do porquê fazemos o que fazemos”, comentou Beth Flint, bióloga do USFWS.
Fonte: Revista Galileu