De Xambioá – Maju Cotrim

De vários tipos de sementes colhidas por elas mesmas. De cores quentes a frias. De formatos diferentes e coleções criativas. Assim se baseia o trabalho das 16 guerreiras cooperadas da Xambiart, associação de mulheres que fazem biojoias.

A Gazeta esteve na sede da associação nesse domingo, 1º, e conversou com as mulheres sobre como a Pandemia afetou o trabalho delas.

A Xambiart funciona num lugar simples e é o sustento de várias famílias. As vendas despencaram com a pandemia o que agravou a situação das mulheres.

Elas tentam não deixar a peteca cair e mantém a criatividade com coleções inovadoras porém o maior problema hoje é o escoamento da produção.

Elas precisam ainda de apoio e parceria institucional para conseguirem vender as peças já que a demanda de vendas pelo meio virtual é quase inexistente.

Uma parceria com a prefeitura e outros órgãos pode viabilizar maiores condições de venda e estrutura para a cooperativa. A divulgação em todo o Estado e até distribuição das peças em outros tipos de lojas também e uma alternativa.

Marinalva Martins,uma das pioneiras do projeto, conta que as mulheres tentam não desanimar e que articulam uma ida a Palmas para tentar venderem as peças. Até pagar as despesas com água, luz e internet tem sido difícil com a queda brusca das oportunidades de vendas.

Assim como o artesanato de capim dourado as biojoias também representam o Estado e precisam fazer parte das ações de promoção da cultura estadual.

Elas chegaram a ter mais de 20 mil peças no estoque desde o início da Pandemia.

As biojóias produzidas pelas artesãs já ganharam o mundo e foram destaque nacional. Até apareceram na novela da Globo.

A Xambiart

Criada em 2013, a Xambiart já foi premiada nacionalmente por boas práticas em economia solidária. Na época, os 20 mil reais do prêmio foram usados para adquirir o lote da sede. “Começamos do zero. Não entendíamos nada da semente. Nos capacitamos. Aprendemos a produção, coleta e beneficiamento da semente. Fomos premiados e conseguimos, sem contratar assessoria, fazer o projeto para um edital social. Conseguimos o apoio e construímos a sede. Hoje, temos veículo, maquinário e sede”, detalhou.

As biojoias da Xambiart são divulgadas e comercializadas em eventos como feiras. Hoje, a cooperativa vende o produto pelas redes sociais, como o Instagram, Facebook e WhatsApp. Para comprar um dos produtos basta entrar em contato pelo telefone (63) 99248 0077/ (63) 63 992994169 ou pelo e-mail [email protected]. Nas redes sociais o perfil é @xambiart.

Produzidas com sementes da Amazônia e do cerrado, as biojoias usam desde o babaçu, buruti, açaí, entre outros e podem ser utilizadas como brindes.