Mark Zuckerberg, CEO da Meta — Foto – Bloomberg/Divulgação
O presidente-executivo da Meta Platforms, Mark Zuckerberg, anunciou que a empresa cortará mais de 11 mil empregos na primeira grande rodada de demissões na história da gigante de mídia social. As demissões, equivalentes a cerca de 13% da força de trabalho do grupo, foram divulgadas nesta quarta-feira em comunicado.
Zuckerberg também confirmou que está cortando gastos e estendendo o congelamento de contratações de novos profissionais até o primeiro trimestre de 2023.
“Quero assumir a responsabilidade por essas decisões e por como chegamos aqui”, disse Zuckerberg no comunicado. “Sei que isso é difícil para todos e lamento especialmente os afetados.”
As demissões na Meta acontecem depois que o Twitter cortou quase 3.700 posições na semana passada, após o bilionário Elon Musk finalizar sua aquisição de US$ 44 bilhões da plataforma de mídia social.
A Meta, cujas ações caíram 71% este ano, está tomando medidas para reduzir custos após vários trimestres de lucros decepcionantes e queda na receita.
A redução, a mais drástica da empresa desde a fundação do Facebook em 2004, reflete uma forte desaceleração no mercado de publicidade digital, uma economia à beira da recessão e o investimento multibilionário de Zuckerberg no mundo de realidade virtual, chamado Metaverso.
No final de setembro, Zuckerberg já havia alertado os funcionários que a Meta pretendia cortar despesas e reestruturar as equipes para se adaptar a um mercado em mudança.
A empresa com sede em Menlo Park, na Califórnia, que também é a controladora do Instagram e do WhatsApp, implementou um congelamento de contratações, e, na época, o CEO disse que a Meta esperava que o número de funcionários fosse menor em 2023 do que neste ano.
– Este é obviamente um modo diferente do que estamos acostumados a operar – disse Zuckerberg em uma sessão de perguntas e respostas com funcionários em setembro, acrescentando:
– Nos primeiros 18 anos da empresa, basicamente crescemos rapidamente a cada ano e, mais recentemente, nossa receita ficou estável ou ligeiramente baixa pela primeira vez. Então temos que nos ajustar.
Zuckerberg tem pedido paciência aos investidores enquanto investe bilhões em sua visão para a próxima grande plataforma de computação depois dos telefones celulares: o Metaverso, uma coleção de mundos digitais acessados por meio de dispositivos de realidade virtual e aumentada. O esforço requer investimento intensivo em hardware e pesquisa que pode não compensar daqui a muitos anos.
Enquanto isso, o crescimento da principal rede social Facebook está estagnando. A empresa está trabalhando para acelerá-lo e continuar a adicionar usuários ao aplicativo de compartilhamento de fotos Instagram, experimentando um algoritmo mais baseado em interesses e vídeos curtos chamados Reels.
A estratégia está atraindo mais atenção para os Reels, onde o negócio de publicidade da Meta não está tão estabelecido, custando receita potencial até que os anúncios comecem a ter sucesso. Agora, Zuckerberg precisa realizar suas principais transições corporativas com uma equipe menor.
As demissões da Meta seguem cortes em muitas outras grandes empresas de tecnologia. A fabricante de software corporativo Salesforce informou nesta terça-feira que cortou centenas de funcionários das equipes de vendas, enquanto Apple, Amazon e Alphabet desaceleraram ou interromperam suas contratações.
A Snap Inc., controladora do aplicativo rival Snapchat, também está diminuindo, dizendo em agosto que eliminaria 20% de sua força de trabalho.
O Twitter Inc. na semana passada eliminou cerca de 50% de sua força de trabalho após sua venda ao bilionário Elon Musk. Essas demissões foram caóticas, com muitos funcionários descobrindo que perderam seus empregos quando foram subitamente cortados do Slack ou do e-mail. Musk disse que as medidas são necessárias para conter as perdas na rede social. Mais tarde, ele pediu a alguns trabalhadores demitidos que voltassem.
Por Bloomberg via O Globo