Especial Gazeta do Cerrado
Com meus 35 anos de experiência na área ambiental e na militância ambiental no Brasil e internacionalmente fiquei calado esperando que um milagre acontecesse e que Deus iluminasse nosso presidente e os nossos governadores, mostrando os caminhos adequados para a questão ambiental brasileira. Infelizmente este governo deixa de considerar a questão ambiental de forma estratégica e a coloca num nível de insignificância nunca visto neste país.
Importante reforçar que nenhuma organização séria entrará em concessões brasileiras se o licenciamento ambiental não estiver preciso, com seus riscos e seus custos previamente calculados, e o Brasil perde muitos recursos internacionais deixando as questões climáticas de lado. Em média 420 bilhões de dólares em investimentos na área de mudança climática anualmente. A conversão de multas é uma forma inteligente de apoiar projetos ambientais e gerar empregos para jovens profissionais em todo país. Não conheço nenhum escândalo envolvendo ONGs ambientalistas no nosso país, o mesmo não se pode falar de outras organizações que atuaram nos ministérios do Turismo, do Trabalho, da Saúde, etc.
Precisamos mudar o nosso rumo e realmente buscar colocar o meio ambiente do Brasil numa posição estratégica, mantendo as conversões de multas, os conselhos decisórios e as áreas de mudança climática. Qualquer financiamento internacional ou recurso de doação, para qualquer área, exigirá a questão ambiental, bem como as questões sociais. Que resposta o Brasil dará ao mundo?
Quero ver avanços significativos e não retrocessos que lemos todos os dias nos meios de comunicação. Os meus contatos internacionais sempre me perguntam: Divaldo o que está acontecendo? Respondo de forma humilde: são ajustes para que possamos avançar em questões mais estratégicas. O meio ambiente bem planejado, formulado e de forma participativa tem a capacidade de trazer muitos recursos para o país, seja em forma de investimento ou doações. Qualquer país do mundo sabe que as questões ambientais e sociais permeiam todos os temas e são relevantes para as comunidades e para o país.
O Brasil pode liderar várias questões ambientais internacionalmente, mas infelizmente estamos ficando pequenos e estamos perdendo esta oportunidade, uma pena!!! Como cidadão e como ambientalista creio que devemos criar um pacto para que as questões ambientais relevantes tenham um mínimo de sustentabilidade e controle das comunidades e das pessoas afetadas, no caso do clima somos todos nós.
O desenvolvimento e o meio ambiente podem conviver de forma simbiótica e trazer benefícios para ambos os lados. Como cidadãos não podemos deixar que esta realidade se degrade cada vez mais. O mais triste é que que vemos tudo isto de forma passiva e estas transformações negativas, acontecem não só no âmbito federal, mas também nos estados e municípios. Temos que criar uma rede estratégica para que este retrocesso não aconteça. Vamos gritar, lutar pelos nossos direitos e escolher nossos futuros governantes baseados na sua visão ambiental estratégica.
Simples assim!!!!
Fonte: Divaldo Rezende, PhD, Post doc em Ativos Ambientais
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