A Universidade Federal do Tocantins informa que o bloqueio orçamentário anunciado pelo Ministério da Educação impacta nosso orçamento na ordem de 42%, o que representa cerca de R$ 18 milhões. Tal redução só garante o cumprimento de nossos compromissos pelos próximos dois meses em despesas correntes (contas de água, energia, manutenção e segurança, por exemplo).
Com isso, a Universidade informa que serão tomadas medidas de contenção de gastos para tentar reduzir o impacto gerado no orçamento devido ao contingenciamento imposto.
Uma das medidas será a suspensão temporária, por 90 dias, da emissão de editais para concessão de bolsas (tanto da pesquisa quanto da extensão), bem como o contingenciamento de diárias e passagens para toda a Universidade.
A UFT reforça que já vinha implementando medidas de melhoria nas práticas de gestão e modernização de processos relacionadas às despesas de custeio, com redução de gastos em segurança e limpeza (terceirizados), objetivando uma gestão mais eficiente e equilibrada. Também deu início à implantação de uma usina fotovoltaica, para geração de energia elétrica a partir da energia solar, visando a economia e redução da despesa de custeio neste ponto.
O atual contingenciamento dos recursos atinge mais profundamente a estrutura universitária em questões básicas. A Universidade espera uma reversão no contingenciamento dos recursos, sob risco de asfixiamento e interrupção das atividades, tendo em vista a impossibilidade financeira para honrarmos os compromissos demandados pelas despesas correntes.
Todas as medidas serão anunciadas em reuniões que ocorrerão em todos os câmpus, abertas a toda a comunidade universitária e comunidade externa para a transparente explicação acerca da situação atual do orçamento da Universidade e também visando traçarmos soluções e medidas para minorar o impacto orçamentário gerado a partir do contingenciamento dos recursos.
Manifestação
No dia 15 de maio, haverá uma manifestação na ruas em defesa da educação em unidade com as demais instituições de ensino de Palmas. “Nenhum centavo a menos pra educação! Educação não é gasto, é investimento!”, afirmou a organização.
A concentração acontecerá na porta da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e a partir das 9h da manhã em frente à Assembleia Legislativa.
Os cortes na UFT ultrapassam os 30% anunciados pelo atual ministro da Educação e chegam a 42%, o que vai afetar R$ 18 milhões no orçamento geral da Universidade. Em 3 meses, a instituição fechará as portas, segundo a direção da universidade.
“Esse é o projeto desse atual governo! Sucatear nosso ensino superior pública no país e privatizar nossas universidades federais! Dizemos não ao governo Bolsonaro, não ao corte pra educação!”, divulgou a organização da manifestação.
Entenda o caso
Os orçamentos da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) deverão ser reajustados após o Governo Federal anunciar o bloqueio de verbas para faculdades.
Apesar do Ministério da Educação ter dito que o corte de verbas seria de 30%, a UFT informou que o corte no orçamentou ultrapassou os 40% e a Universidade deixará de receber cerca de R$ 18 milhões.
A mudança deve afetar não apenas alunos, mas professores que estão preocupados com o anúncio da medida. Ao todo, as instituições de ensino (UFT e IFTO) possuem mais de 20 pólos em todo o Tocantins.
Somente a UFT, está em seis cidades além de Palmas e atende aproximadamente 18 mil alunos em 60 cursos de graduação, mestrados e doutorados.
Várias áreas serão afetadas com a mudança, como por exemplo, o pagamento de diárias, viagens e desenvolvimento de projetos acadêmidos. As obras que estão paradas podem demorar ainda mais para serem concluídas.
O reitor da UFT, Luís Eduardo Bovolato disse que tem diminuído os gastos por conta de cortes há três anos. “Isso irá nos obrigar a fazer severos ajustes. Espero que isso não comprometa, por exemplo, o quadro de professores e técnicos, porque o impacto do orçamento ainda não chegou em folha, mas é uma situação bastante preocupante”, disse.
Para Guilherme Gandara, estudante de Jornalismo da UFT, disse que a medida pode atrapalhar o desempenho dos acadêmicos. “A gente já tem dentro da universidade algumas deficiências. A questão dos auxílios, das bolsas. Eu acredito que a gente está afundando cada vez mais”, reclamou.
“Lamentavelmente o governo nos colocar nessa condição. Não há como pensar em soberania nacional sem investir em conhecimento”, disse o reitor Bovolato.
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