O Ministério Público Federal enviou nesta sexta-feira (23), aos ministérios do Meio Ambiente, da  Ciência e Tecnologia e à nova direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ofícios requerendo se há informações que possam colocar em dúvida a fidedignidade dos dados apresentados pelos sistemas de monitoramento do desmatamento no Brasil apresentados pelo instituto.

As informação são do site do MPF.

A  representação é de autoria do coordenador do Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do (Meio Ambiente), procurador da República Luís Eduardo Marrocos de Araújo.

Por conta dos dados sobre o crescimento do desmatamento, Ricardo Galvão foi demitido no dia 2 de agosto pelo presidente Jair Bolsonaro  do comando do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

A intenção é saber o que o governo federal está fazendo para cumprir a Lei de Política Nacional sobre Mudança do Clima, de 2009, o Acordo de Paris, ratificado pelo poder executivo em 2017, e, em especial, o compromisso do Brasil com as Nações Unidas sobre Mudança do Clima, assinado em setembro de 2015, no qual o país fixou suas metas de redução da emissão de gases do efeito estufa para os próximos anos (redução em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025, e de 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030).

Também foram questionados os ministérios das Minas e Energia e o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que houve um aumento de 83% no número de incêndios florestais no Brasil entre 1º de janeiro e 19 de agosto de 2019 e o mesmo período do ano passado, que saltou de 39.759 para 72.843 queimadas no país.

O Amazonas está em terceiro lugar no ranking das queimadas neste ano, com 7.003 focos de incêndio neste ano, 5.305 apenas neste mês, até o dia 19. Entre 2018 e 2019, o Estado registrou um aumento de 146% no número de incêndios florestais.

Na quarta-feira (21), Bolsonaro insinuou, sem apresentar prova, que o aumento pode ter sido causado por ONGs (Organizações Não Governamentais).

fonte: Congresso em Foco