Estiagem no Tocantins tem vento, tempo seco e temperaturas elevadas – Foto – Unitins
O período chuvoso 2020/21 no Tocantins se aproxima do fim, cedendo lugar à estiagem e trazendo o período seco com temperaturas mais elevadas, tão características da nossa região. Mas, isso não significa dizer que as chuvas cessarão de imediato. A expectativa é que a semana continue com muitas áreas de instabilidade.
Estamos com um fenômeno meteorológico nas camadas mais altas da atmosfera favorecendo a entrada de umidade no Tocantins e, dessa forma, teremos mais chuvas nos próximos dias. É o que explica o coordenador do Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (Nemet/RH) da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), pesquisador José Luiz Cabral da Silva Junior.
“A tendência é que os próximos dias fiquem com muita variação da nebulosidade e com pancadas de chuvas em algumas regiões, principalmente na região Central, na parte mais Oeste e na região do Jalapão. Também não estão descartadas pancadas de chuvas nas regiões Sul e Sudeste do Estado”, explica.
Segundo o meteorologista, esse último período chuvoso, 2020/21, “foi muito complicado, muito irregular. Demorou-se para plantar e quando chegamos em meados de fevereiro choveu muito e houve prejuízo em algumas lavouras de soja, principalmente no Centro e Norte do Estado. Agora, estamos no período de transição e fenômenos meteorológicos transitórios e recorrentes, pois sempre voltam, estão produzindo esse momento no apagar das luzes no nosso período chuvoso”.
Do ponto de vista hidrológico a situação não está favorável, avalia Cabral. O sistema elétrico brasileiro continua sob tensão e continua monitorando os grandes reservatórios. O maior reservatório, localizado em Serra da Mesa, está com apenas 30% da sua capacidade. Sobre o assunto, Cabral afirma que “falta chuva na cabeceira da bacia hidrográfica Tocantins-Araguaia e isso pode comprometer todo o sistema elétrico. Ademais, o que podemos esperar para o período de estiagem é o de sempre: muito calor com temperaturas em elevação. Isso é promovido pela sazonalidade e isso não muda, temos que conviver com esses dois extremos”.
Alertas meteorológicos
Apesar do comum compartilhamento dos alertas meteorológicos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o professor José Luiz Cabral Jr. afirma que não há motivo para pânico ou desespero, mas claro, é necessário manter os cuidados básicos.
“Sempre tem alertas no portal do INMET pegando as regiões ao Norte do país. E, pelas características do Tocantins, é muito comum que entremos numa situação de alerta. Fatores geográficos influenciam, como a proximidade com a linha do Equador, e as nuvens que predominam sobre o Tocantins, que são as cumulonimbus – aquelas com características de tempestades, ventanias, rajadas de ventos, descargas elétricas atmosféricas. No entanto, para o tocantinense raiz, isso é recorrente e muito comum. De modo que, o simples fato de estarmos sempre com avisos meteorológicos, não remete, necessariamente, a perigo, e sim que podem ocorrer pancadas de chuvas de forte intensidade num curto intervalo de tempo, como estamos acostumados a presenciar”, pontuou Cabral Jr reforçando que as pessoas devem se proteger sem entrar em pânico.
Por Carlos Bayma/Dicom Unitins